Conheça as 15 principais doenças da cana-de-açúcar

Conheça as 15 principais doenças da cana-de-açúcar

As doenças da cana-de-açúcar, causadas por bactérias, fungos e vírus, impactam a produtividade e a longevidade do canavial, reduzem o acúmulo de sacarose, aumentam os custos de produção e colocam em risco o retorno econômico da lavoura. 

Segundo o terceiro levantamento da Conab para a safra 2024/2025, a produção brasileira de cana-de-açúcar está estimada em 689,8 milhões de toneladas, o segundo maior volume já registrado na série histórica. O número reforça a relevância da cultura no cenário agrícola nacional e evidencia a necessidade de adotar boas práticas para proteger esse potencial produtivo.

Entre os diversos problemas fitossanitários, a escaldadura das folhas se destaca como uma das doenças mais recorrentes nos canaviais. Neste artigo, vamos abordar as principais doenças da cana-de-açúcar e também disponibilizar um infográfico com as principais informações para facilitar o acompanhamento no campo. Continue a leitura e fortaleça a defesa da sua lavoura.

Quais são as principais doenças da cana-de-açúcar causadas por bactérias?

As doenças da cana-de-açúcar causadas por bactérias são de difícil controle e podem comprometer o desenvolvimento das plantas mesmo em estágios iniciais. 

Muitas vezes elas passam despercebidas no campo por não apresentarem sintomas visuais claros, exigindo maior atenção e diagnóstico preciso. A seguir, detalhamos as principais doenças bacterianas que afetam os canaviais brasileiros.

Escaldadura das folhas

A escaldadura das folhas é causada pela bactéria Xanthomonas albilineans. Essa doença pode se manifestar em três formas:

  • Latente: ainda não há sintomas visíveis, o que dificulta a identificação;
  • Crônica: surgem estrias brancas ao longo do limbo foliar, que podem se estender até a bainha;
  • Aguda: sintomas de queima e seca das folhas, podendo levar à morte das plantas.

A disseminação ocorre principalmente por meio de mudas contaminadas, ferramentas de corte mal higienizadas e restos culturais. O controle exige o uso de variedades resistentes, mudas sadias, desinfecção rigorosa de equipamentos e práticas como o roguing, para eliminar plantas doentes.

Estria vermelha

A estria vermelha na cana-de-açúcar é provocada pela bactéria Acidovorax avenae subsp. avenae. Seus sintomas aparecem inicialmente como estrias encharcadas nas folhas, que evoluem para coloração vermelha. Em infecções mais severas, a doença atinge o meristema apical, causando podridão e morte dos tecidos.

A doença também pode se espalhar para os colmos, onde provoca rachaduras e liberação de um líquido com odor característico. 

Solos férteis e desequilíbrios nutricionais favorecem a sua ocorrência. Para o controle, recomenda-se o uso de variedades resistentes, adubação balanceada e eliminação de focos de infecção.

Falsa estria vermelha

Causada por bactérias do gênero Xanthomonas, a falsa estria vermelha afeta principalmente as folhas, provocando estrias de coloração vermelha a amarelada paralelas à nervura central. Diferente da estria vermelha, a doença se limita às folhas e não atinge o colmo ou o meristema apical.

A disseminação acontece por vento, chuva e mudas infectadas. A principal forma de controle é o uso de variedades resistentes, além de evitar o excesso de adubação nitrogenada e o plantio em áreas com alta umidade.

Raquitismo das soqueiras

O raquitismo das soqueiras da cana-de-açúcar é uma doença bacteriana silenciosa, causada por Leifsonia xyli subsp. xyli. Ela não apresenta sintomas visuais marcantes, dificultando o diagnóstico no campo. 

Quando presente, provoca redução de crescimento, encurtamento dos entrenós e colmos finos e subdesenvolvidos nas soqueiras após o corte.

A transmissão se dá principalmente pelo uso de mudas contaminadas e ferramentas de corte infectadas. O controle passa por práticas como o uso de mudas sadias, tratamento térmico, desinfecção de ferramentas e adoção de variedades resistentes.

Doenças da cana-de-açúcar causadas por fungos

As doenças fúngicas se disseminam com facilidade, principalmente em ambientes úmidos, e comprometem desde a brotação dos toletes até a maturação da planta. Veja agora quais são as principais doenças da cana-de-açúcar causadas por fungos e as estratégias para combatê-las.

Podridões de Fusarium

As podridões causadas por fungos do gênero Fusarium são comuns em áreas com alta umidade e solos mal drenados

Elas provocam clorose na base das folhas jovens, seguida de deformações, encurvamento e morte do meristema apical. No colmo, observa-se necrose e apodrecimento, com a formação de reboleiras de plantas mortas.

O controle passa pela escolha de variedades resistentes, eliminação de restos culturais e uso de mudas sadias. Em áreas de histórico de infecção, é recomendada a rotação de culturas e o manejo da broca-da-cana, que facilita a entrada do fungo.

Carvão

O carvão da cana é causado pelo fungo Ustilago scitaminea e tem como principal sintoma a formação de um “chicote” escuro no topo da planta. Essa estrutura libera esporos que se espalham pelo vento, contaminando novas plantas.

As touceiras afetadas apresentam colmos finos, folhas curtas e superbrotamento. O controle inclui o uso de variedades resistentes, mudas sadias e a eliminação de plantas com sintomas. O tratamento térmico das mudas também é uma medida preventiva eficaz.

Ferrugem marrom e ferrugem alaranjada

A ferrugem marrom é causada por Puccinia melanocephala e se manifesta por pústulas amareladas a marrom na face inferior das folhas. Já a ferrugem alaranjada, causada por Puccinia kuehnii, apresenta pústulas menores, alaranjadas e agrupadas na base das folhas mais velhas, que provocam necrose.

As duas doenças reduzem o crescimento e o acúmulo de sacarose. A disseminação acontece pelo vento e pela chuva. O controle deve incluir variedades resistentes e, em casos de alta pressão, aplicação de fungicidas em períodos críticos.

Mancha parda, mancha anelar e mancha ocular

A mancha parda, causada por Cercospora longipes, aparece como manchas ovaladas marrom-avermelhadas nas folhas, com halo amarelado. 

A mancha anelar da cana-de-açúcar, provocada por Leptosphaeria sacchari, se caracteriza por lesões irregulares com borda escura e centro claro. 

Já a mancha ocular, causada por Bipolaris sacchari, forma manchas elípticas de coloração marrom-avermelhada.

Essas doenças se espalham pelo vento e pela água da chuva, especialmente em regiões úmidas. A principal medida de controle é o uso de variedades resistentes, associado ao manejo adequado de resíduos e à rotação de culturas.

Podridão vermelha

A podridão vermelha, causada por Colletotrichum falcatum, afeta colmos, folhas e toletes. Nos colmos, provoca apodrecimento com coloração vermelha e bandas transversais. Nas folhas, surgem lesões avermelhadas na nervura central.

Essa doença pode estar associada à presença da broca-da-cana, mas também ocorre sem essa relação. Condições de alta umidade e temperaturas elevadas favorecem o desenvolvimento do fungo. O controle inclui variedades resistentes, controle da broca e eliminação de materiais infectados.

Podridão-abacaxi

Causada pelo fungo Thielaviopsis paradoxa, a podridão-abacaxi afeta principalmente os toletes após o plantio. Os colmos atacados exalam odor característico de abacaxi e apresentam escurecimento progressivo da polpa.

A infecção se dá por ferimentos, mudas contaminadas ou pelo solo. O manejo inclui a aplicação de fungicidas, escolha da época de plantio adequada e uso de produtos que aceleram a brotação em ambientes mais frios.

Doenças da cana-de-açúcar causadas por vírus

As viroses em cana-de-açúcar afetam severamente o metabolismo das plantas, reduzindo o desenvolvimento vegetativo, o acúmulo de sacarose e a qualidade final da produção. A transmissão acontece por meio de insetos e pelo uso de mudas infectadas. 

Abaixo, apresentamos as principais doenças virais que exigem atenção do produtor.

Amarelinho

O amarelinho é uma doença causada pelo Sugarcane yellow leaf virus (ScYLV). Seus sintomas se manifestam principalmente na nervura central das folhas, que adquire coloração amarela intensa na face inferior e, muitas vezes, coloração arroxeada na parte superior. 

Também há redução no sistema radicular e acúmulo de açúcares nas folhas, o que compromete a produtividade e pode causar perdas superiores a 50% em variedades suscetíveis.

A transmissão é feita pelos pulgões e pelo uso de mudas contaminadas. O manejo deve incluir o uso de variedades resistentes ou tolerantes, plantio com mudas sadias e controle rigoroso dos insetos vetores.

Mosaico

O mosaico da cana-de-açúcar é causado por dois tipos de vírus: o Sugarcane Mosaic Virus (SCMV) e o Sorghum Mosaic Virus (SrMV)

Os sintomas típicos são manchas verde-claras intercaladas com áreas verde-escuras nas folhas, formando um padrão de mosaico. Em infecções severas, a planta apresenta redução de tamanho, menor vigor e perda de produtividade.

Essa virose é transmitida por pulgões e mudas infectadas. As estratégias de controle incluem a adoção de variedades resistentes, uso de mudas livres do vírus e manejo integrado de pragas para conter os vetores.

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O controle eficiente das doenças da cana-de-açúcar depende de um manejo integrado, que combine o uso de variedades resistentes, práticas culturais corretas e a aplicação estratégica de defensivos agrícolas.Quer conhecer as soluções mais adequadas para a sua lavoura?Acesse o catálogo completo da Alta Defensivos e confira os produtos que vão potencializar a sanidade e a produtividade do seu canavial.

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