Tudo o que você precisa saber sobre mancha branca no milho

A mancha branca no milho – também conhecida como pinta branca – é uma doença comum e bastante prejudicial para a lavoura devido aos impactos sobre a produtividade e qualidade do cultivo.

Diferente de outras doenças que possuem um único patógeno, a mancha branca do milho é causada por um conjunto de microrganismos, que afetam principalmente as folhas, reduzindo a capacidade de realizar a fotossíntese e, por consequência, impactando a nutrição da planta e o desenvolvimento dos grãos. 

O potencial de perdas na produção pode atingir até 60%, o que significa que todo agricultor que pretende colher uma boa safra precisa saber as formas de manejo, as causas e a origem da mancha branca do milho. 

Confira neste artigo as principais informações sobre o ciclo da mancha branca no milho e como realizar o controle da doença na sua lavoura. 

O que causa a mancha branca no milho?

A mancha branca no milho tem como principal agente causador a bactéria Pantoea ananatis, mas também está associada a fungos como:

1. Phaeosphaeria maydis;
2. Phoma sorghina;
3. Phyllosticta sp;
4. Sporormiella sp. 

Os dois agentes patogênicos são disseminados pelo vento e até por respingos de chuva, e podem sobreviver em restos de culturas, tigueras e outros hospedeiros vegetais. 

Os microrganismos responsáveis pela mancha branca dependem de condições específicas para iniciar o ciclo da mancha branca do milho. Fatores como umidade relativa do ar e temperatura do local favorecem o desenvolvimento.

Quais são as condições favoráveis para surgimento da mancha branca do milho?

A disseminação da mancha branca no milho é facilitada pelas temperaturas mais amenas, na casa dos 15 a 20 graus célsius. Quando esse fator climático é associado com a alta umidade relativa do ar – geralmente acima de 60% – surgem as condições ideais para a doença.

Esse tipo de cenário é bastante comum em plantios tardios e na safrinha, quando as noites são mais frias e há chuvas e formação de orvalho com frequência. 

Além das condições climáticas, o plantio direto – que acontece quando não há revolvimento do solo – contribui para a doença. 

Isso acontece porque os patógenos podem sobreviver nos restos da antiga cultura. Como resultado, há o aumento na pressão de inóculo e o risco de infecção em ciclos subsequentes do milho.

Outro fator relevante é o uso de híbridos suscetíveis, que apresentam menor resistência à infecção. Esse fator torna fundamental a escolha de cultivares resistentes, principalmente em regiões com histórico da doença. 

Qual fase do ciclo de crescimento do milho é mais propensa à infecção?

A mancha branca é uma doença do milho que geralmente se manifesta durante a fase reprodutiva. A planta fica mais suscetível à infecção durante a fase reprodutiva, especialmente após o pendoamento – também conhecido como estágio VT. 

Nessa etapa, as folhas superiores, que são essenciais para a fotossíntese e para o enchimento dos grãos, são as mais afetadas.

De acordo com a Embrapa, as folhas dos cultivares mais suscetíveis aos agentes patógenos podem sofrer redução da taxa fotossintética em até 40%.

Para isso acontecer, basta que as folhas estejam com uma taxa de 10 a 20 por cento de severidade. 

Contudo, é importante destacar que os sintomas também podem aparecer antes do esperado. Em condições extremamente favoráveis, as manifestações podem aparecer já no estágio vegetativo, iniciando no baixeiro das plantas. 

Porém, os sintomas podem aparecer ainda no estágio vegetativo, especialmente se as condições climáticas são favoráveis. 

Quando a mancha branca surge nessa etapa, a progressão da doença para folhas superiores compromete ainda mais a produtividade.

Por conta dessa possibilidade, é importante realizar o monitoramento contínuo da lavoura para manter um controle rigoroso da mancha branca do milho e evitar grandes perdas de produtividade.

Como identificar a presença de mancha branca na lavoura de milho?

Os primeiros sintomas da mancha branca no milho aparecem nas folhas inferiores, na forma de sinais circulares ou ovais com coloração verde-claro e aspecto encharcado. 

Conforme a doença avança, essas lesões tornam-se necróticas e assumem uma tonalidade palha. E,  à medida que o ciclo da mancha branca progride, as manchas podem se ligar umas às outras, dando origem a grandes áreas danificadas. 

Em casos severos, as lesões se estendem para as folhas superiores e podem chegar até a palha das espigas, afetando diretamente o enchimento dos grãos. 

A presença de mancha branca na folha do milho é um indicativo claro de que medidas de controle devem ser implementadas rapidamente.

Mancha branca do milho e mancha do fungo bipolaris são a mesma doença?

Embora possam ter sintomas parecidos e sejam influenciadas pela alta umidade, a mancha do fungo bipolaris não é a mesma doença que a mancha branca do milho. 

Elas possuem agentes causadores e formas de manejo bem diferentes. A mancha branca é causada pela bactéria Pantoea ananatis e pode estar associada a fungos como Phaeosphaeria maydis. Já a mancha de Bipolaris é provocada por espécies como Bipolaris maydis e Bipolaris zeicola.

O manejo da mancha branca exige controle para fungos e bactérias, enquanto a mancha de Bipolaris é combatida com fungicidas específicos e cultivares resistentes ao fungo.

Como fazer o controle da mancha branca do milho?

O controle da mancha branca no milho deve ser realizado por meio de manejo integrado, que combina medidas preventivas e curativas. 

A adoção de práticas culturais adequadas, uso de cultivares resistentes e aplicação de fungicidas são estratégias essenciais para reduzir os impactos da doença. Confira mais a seguir.

Utilize cultivares resistentes

A escolha de cultivares resistentes é uma das estratégias mais eficazes para minimizar os danos causados pela mancha branca no milho. 

Híbridos com maior tolerância à doença apresentam menos lesões, garantindo níveis de produtividade mais altos e uma dependência reduzida do controle químico. 

Esses materiais são especialmente recomendados para áreas de plantio direto ou na safrinha, já que as condições ambientais favorecem o surgimento da doença. 

Além disso, o uso de cultivares resistentes contribui para a sustentabilidade do manejo e facilita o controle da mancha branca.

Faça a rotação com culturas resistentes à praga

A rotação de culturas com espécies que não sejam hospedeiras da mancha branca é uma prática eficiente para reduzir a pressão de inóculo no solo. Espécies como soja e feijão são opções viáveis para quebrar o ciclo da doença.

Essa técnica é especialmente importante em sistemas de plantio direto, onde os restos culturais permanecem no solo. O planejamento adequado da rotação contribui para reduzir as chances de surgimento da mancha branca no milho, além de melhorar a sanidade geral da área. 

Antecipe o plantio

Além da rotação de culturas, uma das formas encontradas para controlar e evitar o surgimento da mancha branca no milho é a antecipação do plantio. A estratégica é simples: plantar antes que as condições climáticas se tornem mais propensas para o surgimento da doença 

Adquira sementes que passaram por tratamento com fungicidas

O uso de sementes tratadas com fungicidas é uma medida preventiva eficaz contra a mancha branca. Os tratamentos protegem as plântulas nos estágios iniciais, reduzindo significativamente a probabilidade de infecção.

Ao investir em sementes tratadas com produtos registrados, os agricultores garantem um início de ciclo mais saudável e aumentam as chances de sucesso na lavoura, especialmente em áreas com histórico da doença. 

Aplique os melhores fungicidas em sua lavoura

A aplicação de fungicidas é uma etapa essencial no manejo integrado da mancha branca do milho. Produtos do grupo das  estrobilurinas e triazóis têm se mostrado eficazes no controle.

As pulverizações devem ser realizadas no momento adequado, geralmente no início do desenvolvimento dos sintomas. 

Seguir as recomendações técnicas para dosagem e intervalos de aplicação é crucial para garantir a eficácia do controle e evitar perdas de produtividade. 

Aqui na Alta Defensivos, oferecemos duas opções de fungicidas multiculturais que apresentam eficiência comprovada contra a mancha branca do milho: EVOS – feito à base de Azoxistrobina e Flutriafol – e SEVEN, que contém Tebuconazole, um fungicida sistêmico da classe dos triazóis.

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