Conheça os principais tipos de lagarta e como combatê-las

Você já notou folhas comidas, brotos danificados ou vagens comprometidas na lavoura e ficou em dúvida sobre a causa? Quando isso acontece, é muito provável que exista uma praga estabelecida e, entre as mais comuns, estão os tipos de lagarta que atacam nossas culturas.
O problema é que, muitas vezes, elas agem rápido e, quando se percebe, o estrago já avançou. No Brasil, o clima favorece o aparecimento de diversas espécies. Cada uma tem um comportamento diferente, daí a importância de saber reconhecer para tomar decisões mais certeiras no manejo.
A lagarta-do-cartucho do milho é uma velha conhecida do campo, mas está longe de ser a única vilã. Também preocupam a lagarta da soja, a lagarta das folhas, a lagarta das vagens e a lagarta do trigo.
Hoje, vamos te mostrar os tipos de lagarta mais comuns nas lavouras, como identificar cada um e quais soluções usar no controle. Preparamos também um infográfico exclusivo com os produtos Alta Defensivos indicados para cada caso. Aproveite a leitura!
Entenda o impacto das pragas na produção agrícola
As pragas estão entre os maiores desafios enfrentados pela agricultura, tanto no Brasil quanto em outras regiões do mundo. Estimativas internacionais indicam que até 40% da produção agrícola global é perdida anualmente por causa desses agentes.
As doenças que afetam as plantas geram impactos econômicos superiores a 220 bilhões de dólares por ano, enquanto os insetos invasores causam prejuízos de aproximadamente 70 bilhões de dólares.
Nesse cenário, as lagartas ocupam um lugar de destaque. Presentes em diversas culturas, dos grãos às hortaliças, elas atacam folhas, vagens, caules e raízes, causando danos diretos e indiretos à planta. Quando não controladas no momento certo, afetam o desenvolvimento da lavoura e comprometem seriamente o rendimento final.
A preocupação se intensifica em cenários de alta produção, como o da safra 2024/25, que deve atingir o recorde de 345,2 milhões de toneladas de grãos, segundo a Conab. Esse crescimento é puxado principalmente pela recuperação da produtividade média das lavouras e pelo desempenho de culturas estratégicas como soja e milho.
Juntas, essas duas culturas devem responder por um incremento de aproximadamente 43,4 milhões de toneladas em relação à safra anterior, sendo 21,9 milhões da oleaginosa e 21,5 milhões do cereal.
Neste cenário, saber quais são e como combater os tipos de lagarta é uma maneira de se antecipar aos problemas e proteger a lavoura com mais segurança.
Tipos de lagarta-praga comuns no Brasil
Nos próximos tópicos, listamos os principais tipos de lagarta que afetam as lavouras de milho, soja, trigo e outras culturas no Brasil. Você vai saber como identificar cada praga, entender seus danos e conhecer os melhores caminhos para o controle.
Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus)
Conhecida também como broca-do-colo, a lagarta-elasmo ataca culturas como soja, milho e algodão, especialmente em áreas de solo arenoso e durante os períodos de seca. Diferente de outras lagartas, ela age abaixo do solo, raspando o tecido do colo da planta e perfurando o caule, o que prejudica o transporte de água e nutrientes.
Os sintomas começam com o murchamento das folhas e podem evoluir para o tombamento de plântulas, comprometendo o estande da lavoura. A praga mede até 16 mm e apresenta coloração que varia do verde-azulado ao rosado, com listras marrons no dorso.
Por atacar nos estágios iniciais da cultura, a lagarta-elasmo exige atenção logo após a emergência. O controle deve considerar tanto o histórico da área quanto a umidade do solo, com uso de sementes tratadas e defensivos específicos quando recomendado.
Lagarta-rosca (Agrotis ipsilon)
Mais comum em solos úmidos e ricos em matéria orgânica, a lagarta-rosca ataca principalmente nas fases iniciais do desenvolvimento da planta. Esconde-se durante o dia no solo ou entre restos culturais e corta a planta rente ao solo durante a noite, causando falhas no estande.
Essa praga apresenta coloração marrom ou cinza, com manchas pretas e comportamento característico: enrola-se quando tocada. Mede até 5 cm e possui ciclo curto, o que facilita a formação de grandes populações em pouco tempo.
O controle da lagarta-rosca inclui tratamento de sementes, eliminação de plantas daninhas e aplicação de defensivos direcionados à base do caule.
Lagarta-das-maçãs (Heliothis virensces)
Embora seja mais conhecida por atacar frutíferas, como macieiras e pessegueiros, a lagarta-das-maçãs também pode aparecer em áreas próximas a culturas agrícolas, afetando brotos e frutos jovens. Ela perfura os tecidos e se alimenta do interior das estruturas vegetais, comprometendo o crescimento da planta.
A praga tem coloração rosada e cabeça marrom. O comportamento discreto dificulta o diagnóstico precoce, já que o ataque acontece muitas vezes dentro da planta. Em frutíferas, o prejuízo pode passar de 50% da produção se não houver controle adequado.
Para áreas agrícolas próximas à fruticultura, o monitoramento deve ser intensificado, principalmente em bordaduras, com uso de armadilhas e defensivos específicos para controle larval.
Lagarta-helicoverpa (Helicoverpa armigera)
Desde a sua chegada ao Brasil, em 2013, a Helicoverpa armigera tem causado grandes prejuízos em culturas como soja, milho e algodão. Com alto poder destrutivo, essa praga se alimenta de flores, folhas, vagens e grãos, comprometendo o potencial produtivo da lavoura.
A lagarta-helicoverpa apresenta grande variação de coloração, indo do verde claro ao marrom escuro, com pintas pelo corpo. Essa diversidade dificulta a identificação no campo. Na soja, as perdas podem chegar a 40%, dependendo da intensidade do ataque.
Seu ciclo rápido e resistência a inseticidas ampliam a complexidade do controle. Por isso, a adoção de estratégias como refúgio, rotação de princípios ativos e uso de produtos específicos é fundamental.
Lagarta-das-vagens (Spodoptera latifascia)
Muito comum na soja, milho e algodão, a lagarta-das-vagens tem grande potencial de dano, pois ataca diretamente as estruturas reprodutivas da planta. Alimenta-se das vagens, espigas e botões florais, comprometendo o enchimento de grãos e a produtividade final.
É uma lagarta de coloração variada, do verde ao marrom, com listras claras e comportamento agressivo. Seu ataque, quando em alta infestação, pode resultar em perdas econômicas significativas, especialmente na fase de formação dos grãos.
O controle exige monitoramento constante e aplicação direcionada de defensivos, com atenção especial às fases iniciais do ciclo da praga, quando o impacto ainda pode ser reduzido com eficiência.
Lagarta-do-cartucho ou lagarta-militar (Spodoptera frugiperda)
A lagarta-do-cartucho é uma das pragas mais conhecidas e preocupantes do milho, mas também ataca soja, algodão e arroz. Seu nome vem do hábito de se alojar no cartucho da planta, onde deixa excrementos e causa grande destruição, inclusive nas espigas e estruturas reprodutivas.
No início, a lagarta é clara, mas com o tempo escurece e pode atingir até 5 cm. Uma das características marcantes é a presença de um “Y” invertido na cabeça, além de quatro pontos pretos na parte final do corpo. A praga causa danos severos no florescimento e em períodos secos.
Devido ao seu comportamento agressivo e resistente, o controle da Spodoptera frugiperda deve ser feito com monitoramento constante, rotação de princípios ativos e uso de biológicos e inseticidas de ação sistêmica ou de contato.
Lagarta-das-folhas (Spodoptera eridania)
A lagarta-das-folhas ataca diversas culturas, incluindo soja, feijão, algodão e hortaliças. Como o nome indica, ela consome preferencialmente as folhas, causando desfolha severa, especialmente em plantas jovens. Em altas infestações, prejudica o desenvolvimento e a fotossíntese da cultura.
Essa praga apresenta coloração que varia do verde-claro ao marrom, com faixas longitudinais e comportamento semelhante ao da lagarta-do-cartucho. Mede até 4 cm e tem um ciclo reprodutivo curto, favorecendo surtos populacionais rápidos.
O manejo inclui monitoramento constante e controle químico e biológico. A adoção de práticas integradas, como a rotação de culturas e o controle de plantas hospedeiras, também ajuda a reduzir a pressão da praga.
Lagarta-da-soja ou lagarta-desfolhadora (Anticarsia gemmatalis)
A lagarta-da-soja ou lagarta-desfolhadora ataca as folhas com intensidade, especialmente a partir do estágio vegetativo V2, que marca o início do crescimento ativo da planta e da formação de novas folhas, causando mais de 30% de desfolha quando em alta infestação.
No início do ciclo, a Anticarsia gemmatalis é verde, com listras brancas no dorso e quatro pares de pernas abdominais. Com o avanço do desenvolvimento, a coloração pode variar para tons mais escuros. Sua ação é mais crítica a partir do terceiro instar, quando passa a perfurar as folhas, aumentando o impacto sobre a planta.
A rápida multiplicação e a facilidade de dispersão tornam essa praga um grande desafio. O controle exige atenção constante, principalmente em anos mais secos, que favorecem sua ocorrência.
Lagarta-do-trigo (Pseudaletia sequax)
Considerada a principal desfolhadora da cultura do trigo, essa lagarta também ataca arroz, cevada, milho e outras gramíneas. Alimenta-se das folhas, espigas e dos colmos, deixando apenas as nervuras centrais.
Sua presença é mais comum à noite ou em dias nublados, já que durante o sol forte ela se abriga na base das plantas. A lagarta-do-trigo corta as espigas e provoca o tombamento das plantas, especialmente em cultivos densos e vigorosos.
A infestação costuma começar em pequenos focos, mas pode se alastrar com rapidez. O controle deve começar assim que os primeiros sinais forem detectados, preferencialmente com aplicação de inseticidas por ingestão.
Lagarta-dos-capinzais (Mocis latipes)
Comum em pastagens, gramíneas e culturas como arroz e milho, a lagarta-dos-capinzais ataca principalmente folhas, raspando sua superfície e deixando o tecido com aspecto esbranquiçado.
Essa lagarta é esverdeada com listras claras e, quando jovem, vive em grupos. À medida que cresce, dispersa-se pela lavoura. Seu ciclo é favorecido por temperaturas altas e pela presença de plantas daninhas hospedeiras.
O controle inclui a eliminação de capins espontâneos, uso de sementes tratadas e aplicação de defensivos recomendados assim que detectadas as primeiras lagartas.
Como fazer o manejo dos diferentes tipos de lagarta?
Saber como identificar os diferentes tipos de lagarta presentes na lavoura é o primeiro passo para realizar um controle mais eficiente. No entanto, o sucesso do manejo depende de uma série de ações coordenadas, que começam ainda antes da praga aparecer.
Monitoramento, identificação correta, práticas culturais e a escolha adequada de defensivos são estratégias que fazem a diferença no resultado final da safra.
Confira os principais pontos de atenção no controle dessas pragas, com orientações práticas para proteger a sua lavoura e reduzir os impactos das infestações.
Faça o monitoramento constante
Acompanhar de perto o desenvolvimento da lavoura ajuda a detectar a presença de lagartas ainda em populações baixas, quando o controle é mais fácil, eficiente e econômico.
O ideal é realizar inspeções regulares, principalmente nas fases iniciais da cultura, observando folhas, brotos e estruturas reprodutivas. Armadilhas, pano de batida e contagem de ovos ou lagartas são ferramentas úteis nesse processo.
O monitoramento contribui para uma tomada de decisão mais precisa sobre o momento certo de intervir, evitando aplicações desnecessárias e promovendo um uso mais racional dos defensivos.
Identifique o tipo de lagarta
Saber qual tipo de lagarta está atacando sua lavoura é fundamental para definir a estratégia de controle. Cada espécie tem hábitos alimentares e comportamentos distintos, o que exige produtos e práticas específicas.
Algumas lagartas se alimentam de folhas, outras de vagens, espigas ou raízes. Há também variações no ciclo de vida, tamanho, coloração e resistência a inseticidas. Por isso, é importante observar com atenção os sintomas na planta, o local de ataque e as características visuais da praga.
Se houver dúvida na identificação, é recomendado buscar apoio técnico com um engenheiro agrônomo ou consultor especializado. A precisão no diagnóstico elimina o desperdício de recursos e aumenta a eficácia do manejo.
Elimine plantas hospedeiras
As plantas hospedeiras são aquelas que servem de abrigo e alimentação para as lagartas, mesmo fora do ciclo da cultura principal. Manter essas plantas na área ou ao redor da lavoura aumenta o risco de infestação, já que favorece a sobrevivência e reprodução das pragas.
A rotação de culturas, o controle de plantas daninhas e a eliminação de restos culturais reduzem as fontes de alimento alternativo. Também é importante cuidar das bordaduras da lavoura, que muitas vezes servem de refúgio para as lagartas.
Essas são práticas simples, mas eficazes, que fazem parte do manejo cultural e contribuem para um ambiente menos favorável ao desenvolvimento das pragas.
Escolha o defensivo mais adequado
Cada tipo de lagarta responde melhor a determinados ingredientes ativos ou formulações. Por isso, a escolha do defensivo certo deve levar em conta a espécie presente, o estágio da cultura, as condições climáticas e a fase de desenvolvimento da praga.
A Alta Defensivos oferece uma linha completa de produtos indicada para o controle das principais lagartas que atacam soja, milho, trigo e outras culturas. Abaixo, você encontra o infográfico que preparamos com os tipos de lagarta por cultura e as soluções ideais para cada caso.
Proteja sua lavoura com a Alta
As lagartas estão entre as pragas mais destrutivas da agricultura. Quando o ataque começa, o tempo de resposta é curto, e qualquer atraso pode significar perda direta na produtividade. Por isso, ter soluções confiáveis à disposição é indispensável para manter o ritmo da lavoura e proteger o seu investimento.
A Alta Defensivos oferece uma linha completa de inseticidas eficazes no controle dos principais tipos de lagarta que afetam as culturas brasileiras. São produtos desenvolvidos com tecnologia de ponta, rigor em cada etapa do processo e formulações que garantem resultado no campo.Acesse agora e veja as soluções que entregam performance real no campo: conheça os inseticidas da Alta para o controle de lagartas. Alta Defensivos: tecnologia a favor da produtividade.
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