Pragas iniciais da soja: conheça as principais

Principais pragas iniciais da soja

A pressão de pragas iniciais da soja começa logo após a emergência, justamente na fase em que o potencial produtivo da lavoura começa a ser definido. Discretas no começo, as infestações afetam o estande, limitam o crescimento e comprometem o arranque da cultura. Quando o controle não é feito no momento certo, o prejuízo se acumula ao longo de todo o ciclo.  

O avanço da safra 2025/26 confirma o ritmo acelerado no campo. Conforme o levantamento divulgado pela Conab, a cultura da soja segue liderando a produção nacional, com expectativa de 177,6 milhões de toneladas e crescimento de 3,6% na área plantada em relação ao ciclo anterior. É um desempenho consistente, mas que exige atenção redobrada com o manejo logo na largada.

Para ajudar no manejo, reunimos aqui as informações fundamentais sobre as pragas e doenças da soja iniciais que desafiam o estabelecimento da cultura e também preparamos um infográfico para mostrar onde essas pragas iniciais da cultura da soja costumam se concentrar, facilitando a identificação em campo e a tomada de decisão. Acompanhe a leitura!

Pragas iniciais da soja: conheça as 6 principais

Com a lavoura recém-emergida, o sistema radicular ainda em formação e o ambiente favorável à atividade de insetos, as primeiras semanas após o plantio se tornam o ponto de entrada para uma série de pragas iniciais da soja. 

Embora pequenas em tamanho, essas pragas têm alto potencial de impacto — interferem no estande, reduzem o vigor e criam brechas para o avanço de doenças na soja ainda no início do ciclo. Conheça as seis principais espécies que desafiam o agricultor logo na largada.  

Coró

Os corós são pragas de solo que merecem atenção especial nas áreas de plantio direto ou com alto teor de matéria orgânica. Trata-se das larvas de várias espécies de besouros da família Melolonthidae, como o Diloboderus abderus e o Liogenys fuscus, que permanecem no solo e se alimentam das raízes das plântulas de soja logo após a germinação. O ataque costuma ser localizado, mas pode causar falhas no estande e prejudicar o desenvolvimento inicial da cultura.

Os sintomas aparecem como murcha, queda de plantas e dificuldade de emergência em linhas pontuais. A infestação é mais comum em regiões com histórico da praga e em áreas onde houve presença de gramíneas ou pastagens anteriormente.

O controle dos corós deve começar com o monitoramento pré-plantio, utilizando armadilhas de luz ou inspeção manual do solo. O uso de inseticidas no tratamento de sementes é altamente recomendado para proteger as raízes nos primeiros dias após a emergência. Em casos mais severos, também são necessárias aplicações localizadas no solo com produtos registrados.

Lagartas

As lagartas estão entre as pragas da soja mais comuns no início do ciclo, com destaque para três espécies que exigem monitoramento constante desde a emergência:

  • Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus): ataca a base da haste das plântulas, cortando-as rente ao solo, principalmente em condições de solo seco e temperaturas elevadas. É comum em áreas de plantio direto e solos arenosos;
  • Lagarta da soja (Anticarsia gemmatalis): consome as folhas mais novas, reduzindo a área fotossintética e enfraquecendo o arranque da cultura. Embora mais conhecida por ataques em fases posteriores, já pode ser encontrada em estágios iniciais;
  • Lagarta falsa-medideira (Chrysodeixis includens): tem movimentação em forma de “medida” e se alimenta das folhas, causando desfolha precoce e impacto sobre o vigor das plantas.

O manejo preventivo inclui o monitoramento frequente por inspeção visual nas folhas, hastes e vagens, a fim de avaliar o número de plantas atacadas ou o nível de desfolha. 

O controle químico é feito com inseticidas seletivos ou biológicos, respeitando os níveis de dano econômico e evitando o uso indiscriminado de produtos para não gerar resistência.

Vaquinha

A vaquinha (Diabrotica speciosa) é uma das principais pragas iniciais da soja, cujas larvas vivem no solo. Os adultos são pequenos besouros amarelo-esverdeados com manchas pretas, que se alimentam das folhas, mas o maior prejuízo vem das larvas, que atacam as raízes e o colo das plantas.

O dano radicular provoca redução de vigor, falhas de estande e maior suscetibilidade a doenças. A vaquinha também é vetor de viroses, como o mosaico comum da soja.

Para o controle, recomenda-se o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos, o uso de armadilhas com atrativos alimentares e o monitoramento constante das plantas jovens. Em áreas com histórico de infestação, o uso de rotação de culturas e a eliminação de hospedeiros alternativos também são práticas importantes de manejo integrado.

Percevejos

No início da safra, dois percevejos merecem atenção especial:

  • Percevejo-castanho (Scaptocoris castanea): uma praga de solo de hábito subterrâneo, que se alimenta das raízes da soja em estágio inicial. Seu ataque provoca murcha, amarelecimento e morte de plântulas, com prejuízo direto ao estande;
  • Percevejo-barriga-verde (Dichelops furcatus): atua no período pós-emergência, acima do solo, perfurando os tecidos da base das plantas. O dano pode levar à morte de gemas e formação de plantas com desenvolvimento assimétrico.

O controle começa com o tratamento de sementes para ampliar a proteção nas primeiras semanas. A partir da emergência, é preciso monitorar com armadilhas ou inspeções visuais, e aplicar inseticidas seletivos quando o nível de dano econômico for atingido. Práticas como o plantio na palhada bem manejada e a rotação de culturas também ajudam a reduzir a população.

Tripes

Os tripes são pragas pequenas e difíceis de observar a olho nu, mas seu impacto na soja recém-emergida pode ser expressivo. Eles raspam a superfície das folhas e se alimentam do conteúdo celular, o que resulta em descoloração, enrugamento e crescimento retardado. As condições quentes e secas favorecem sua multiplicação.

Os danos são mais severos quando o ataque ocorre em plantas ainda pequenas, pois afetam diretamente o estabelecimento e a capacidade de recuperação da cultura.

O controle inclui o monitoramento frequente em períodos de baixa umidade relativa do ar e o uso de inseticidas específicos para tripes apenas quando o nível de infestação justificar, para evitar a resistência. O tratamento de sementes oferece proteção parcial, mas o acompanhamento visual contínuo é indispensável.

Tamanduá (ou bicudo) da soja

O tamanduá-da-soja, também conhecido como bicudo-da-soja (Sternechus subsignatus), é uma praga que ataca a base da planta logo após a emergência. O adulto perfura o colo da planta, depositando ovos no interior do caule. A larva se desenvolve dentro do tecido, provocando broqueamento do caule, interrupção do fluxo de seiva e morte da plântula.

O ataque é mais comum em áreas de plantio direto e regiões com histórico da praga. Os danos ocorrem de forma localizada, mas são extremamente severos quando não identificados a tempo.

O controle mais eficiente é o tratamento de sementes com inseticidas sistêmicos, associado ao monitoramento visual em campo. Em áreas infestadas, pode-se realizar controle químico direcionado com inseticidas registrados. A eliminação de restos culturais e a rotação de culturas também ajudam a reduzir a presença da praga no solo.

Para facilitar o reconhecimento em campo e apoiar o manejo no momento certo, preparamos um infográfico exclusivo com as principais pragas iniciais da soja. Nele, você vai visualizar onde cada inseto atua na planta. Use esse material como uma ferramenta prática durante as inspeções de campo nas primeiras semanas após o plantio.

Conheça 5 doenças comuns no início do ciclo da soja

As doenças iniciais da soja costumam ser silenciosas nos primeiros dias de campo, mas seus efeitos se acumulam rapidamente, especialmente em áreas com alta umidade, solos compactados ou falhas no tratamento de sementes. Algumas dessas doenças afetam o sistema radicular, outras atacam o colo da planta ou causam podridões que limitam o desenvolvimento ainda na fase de plântula.

O sucesso do manejo está na antecipação. Reconhecer os sintomas, entender os fatores que favorecem a ocorrência e escolher bem o tratamento preventivo faz toda a diferença para proteger a cultura e reduzir perdas. Veja quais são as cinco doenças mais frequentes no início do ciclo da soja: 

1 – Podridão de carvão

Causada pelo fungo Macrophomina phaseolina, a podridão de carvão é uma doença de solo que afeta o sistema radicular e a base do caule. O patógeno sobrevive nos resíduos vegetais e no solo, e é favorecido por condições de alta temperatura e déficit hídrico.

Os sintomas iniciais incluem murcha em dias quentes, coloração escura na base da planta e presença de pontos pretos semelhantes a carvão no interior do caule. A doença pode passar despercebida até o florescimento, mas os primeiros danos acontecem ainda na fase de arranque, enfraquecendo o sistema radicular e limitando o crescimento.

O manejo deve ser preventivo, com rotação de culturas, uso de cultivares tolerantes e, principalmente, tratamento de sementes com fungicidas eficazes contra o patógeno. A eliminação de restos culturais também ajuda a reduzir a fonte de inóculo.

2 – Tombamento de rhizoctonia

Causado pelo fungo Rhizoctonia solani, o tombamento é uma das doenças iniciais da soja mais recorrentes em regiões de plantio direto. Ele afeta a base das plântulas, causa necrose do colo e queda das plantas logo após a emergência.

O fungo é favorecido por solos úmidos e compactados, e sua presença é mais crítica em áreas com restos de culturas anteriores. O sintoma clássico é o escurecimento da base do caule, com aparência seca e afilamento, que leva ao “tombamento” da planta.

O controle deve começar com o tratamento de sementes com fungicidas específicos para o complexo de tombamento, além de correção de compactação do solo e boa gestão de resíduos. A semeadura em condições ideais de temperatura e umidade também diminui o risco de infecção.

Sabia que nem todo fungo é ruim para a lavoura? Leia o conteúdo que preparamos sobre a importância dos fungos e conheça espécies que contribuem para a vitalidade do sistema agrícola. 

3 – Podridão radicular

A podridão radicular da soja é causada por diversos patógenos, como Fusarium spp. e Phytophthora spp., que interferem no desenvolvimento do sistema radicular ainda nos estágios iniciais.

O resultado é a formação de plantas fracas, com crescimento lento, folhas amareladas e, em casos severos, morte de plântulas. Essas doenças se favorecem em solos mal drenados e em áreas com excesso de matéria orgânica ou histórico de doenças de solo.

A estratégia de manejo deve incluir o tratamento de sementes com fungicidas de amplo espectro, melhorias na drenagem do solo e rotação de culturas. Em áreas com histórico, o uso de cultivares com tolerância genética é decisivo.

4 – Podridão vermelha da raiz

Causada por Fusarium spp., a podridão vermelha da raiz afeta a raiz principal e os ramos secundários, causando escurecimento progressivo e redução da capacidade de absorção de água e nutrientes.

O sintoma típico é a coloração avermelhada ou vinho nas raízes, visível ao arrancar a planta. O desenvolvimento da doença é mais intenso em solos compactados e mal drenados, particularmente sob condições de estresse hídrico.

O manejo deve ser preventivo, com tratamento de sementes com fungicidas sistêmicos, boa estruturação do solo e práticas que reduzam o estresse nas plantas. A eliminação de restos culturais e o uso de cobertura verde auxiliam na supressão do patógeno.

5 – Podridão radicular de corynespora

Embora menos comum, a podridão radicular causada por Corynespora cassiicola vem sendo registrada com maior frequência nos últimos anos, especialmente em áreas de cultivo contínuo de soja.

A infecção afeta o sistema radicular e a base da haste, limitando o transporte de água e nutrientes. Os sintomas são o amarelecimento generalizado das folhas, murcha e morte prematura das plantas jovens. A presença do patógeno também está associada à mancha-alvo nas fases seguintes do ciclo.

O manejo requer tratamento de sementes com fungicidas com controle para Corynespora, rotação de culturas com espécies não hospedeiras e, em casos específicos, o uso de fungicidas no sulco de plantio.  

Além das doenças iniciais, a ferrugem asiática continua sendo uma das maiores ameaças à cultura. Aprenda a reconhecer os sintomas e adotar as melhores estratégias de manejo: Ferrugem asiática da soja: principais sintomas, como evitar e formas de controle.

Proteja a sua lavoura de soja com a Alta Defensivos

O início do ciclo é uma janela curta e decisiva. Quando não controladas no tempo certo, as pragas e doenças da soja iniciais enfraquecem o estande, limitam o crescimento e diminuem o rendimento final. Portanto, proteger a cultura desde os primeiros dias é uma exigência técnica e não uma escolha.

A Alta Defensivos entende os desafios do campo e está ao lado do produtor com soluções eficazes, práticas e seguras para cada fase da lavoura. Nossa linha de inseticidas oportuniza um controle eficiente sobre as pragas iniciais da cultura da soja para um arranque mais forte e plantas mais saudáveis.  Já os fungicidas atuam com precisão no combate às doenças na soja, protegendo o sistema radicular para um desenvolvimento inicial equilibrado e produtivo.

Com a Alta, você conta com tecnologia, respaldo técnico e produtos que entregam resultado. Conheça nossas soluções para o manejo de pragas e doenças na fase inicial da soja:

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