Como funcionam os herbicidas seletivos?

Como funcionam os herbicidas seletivos?

Na hora de escolher o produto certo para o manejo de plantas daninhas, uma das dúvidas mais comuns é como fazer o controle das invasoras sem colocar a lavoura em risco. Nem todo mundo tem clareza sobre o que é um herbicida seletivo, e aqui uma escolha errada pode prejudicar o desenvolvimento da cultura. 

A boa notícia é que o mercado já oferece soluções para evitar esse tipo de problema. O herbicida seletivo tem a função específica de eliminar as plantas daninhas sem causar danos à cultura principal. Mas, para aproveitar melhor esse recurso, é preciso saber como ele age, em que momento aplicar e quais características observar. 

Neste conteúdo que preparamos, você vai entender o que é herbicida seletivo, como ele funciona, quais são os diferentes tipos de seletividade e o que observar na hora de escolher e aplicar o produto. Continue lendo!

O que é um herbicida seletivo?

Um herbicida seletivo é um produto desenvolvido para controlar plantas daninhas específicas sem causar prejuízos à cultura principal. Em outras palavras, ele atinge as ervas invasoras, mas respeita a fisiologia da planta cultivada. A seletividade protege a lavoura e mantém o manejo químico eficiente durante o ciclo.

Existem diferentes tipos de herbicidas seletivos, conforme o momento da aplicação:

  • Herbicidas seletivos de pré-emergência: são aplicados no solo antes que as daninhas germinem. Eles criam uma barreira química que impede o crescimento dessas plantas logo no início, quando a cultura ainda está se estabelecendo. 
  • Herbicidas seletivos de pós-emergência: são usados depois que a lavoura e as invasoras já emergiram, agindo diretamente sobre as daninhas já visíveis, mas sem afetar a cultura.

O segredo está na formulação e no modo de ação. Cada cultura responde de forma diferente a um mesmo ingrediente ativo. Por isso, é necessário usar produtos recomendados para a espécie cultivada e para o tipo de planta daninha presente na área. 

A tecnologia é uma aliada de quem busca eficiência e segurança no campo. Mas para aproveitar todos os benefícios, é preciso entender como funciona a seletividade dos herbicidas e quais fatores influenciam sua eficácia.

Qual a diferença entre os herbicidas seletivos e não-seletivos?

A principal diferença entre os dois está no alvo da ação. Os herbicidas seletivos são formulados para eliminar apenas plantas daninhas específicas, enquanto o herbicida não seletivo atua de forma ampla e destrói praticamente qualquer vegetação com a qual entra em contato, incluindo a cultura que está sendo cultivada, se não houver proteção adequada.

Na prática, os herbicidas não seletivos são mais usados em momentos estratégicos, como no preparo da área antes do plantio, quando ainda não há a presença da cultura. Um bom exemplo é o glifosato, utilizado para dessecação total antes da semeadura em sistemas de plantio direto.

Os herbicidas seletivos, por sua vez, podem ser aplicados com a cultura já em desenvolvimento, sem risco de causar fitotoxicidade, desde que as recomendações técnicas sejam respeitadas. Assim, a planta cultivada continua crescendo com vigor, enquanto as daninhas são eliminadas ou suprimidas.

Por isso, a escolha entre um produto seletivo ou não seletivo depende muito da fase do ciclo da cultura, do tipo de daninha presente na área e do manejo adotado.  

Como funciona um herbicida seletivo?

O herbicida seletivo atua de forma direcionada, explorando diferenças biológicas entre a planta daninha e a cultura. Essas diferenças podem estar na absorção, translocação ou metabolismo do produto dentro das plantas.  

Um bom exemplo é o uso de herbicida seletivo de ação sistêmica em lavouras de soja. O produto é absorvido pelas folhas ou raízes das daninhas e se move internamente até atingir o local de ação, geralmente uma enzima vital para a planta invasora. Como a soja possui mecanismos de tolerância, ela não sofre os efeitos tóxicos, mesmo estando no mesmo ambiente.

A seletividade mantém o controle das invasoras sem comprometer a produtividade. Mas, para funcionar bem, é indispensável respeitar a dose, a época de aplicação e as recomendações específicas para cada produto.

Conheça os tipos de seletividade dos herbicidas

A seletividade dos herbicidas ocorre de formas diferentes, dependendo da relação entre o produto, a planta cultivada e o ambiente. Existem três tipos principais: seletividade genuína, adquirida e toponômica. Entenda melhor!   

Seletividade genuína (ou fisiológica) 

A seletividade genuína acontece quando a cultura consegue metabolizar o herbicida e neutralizar seu efeito. O milho, por exemplo, é tolerante à atrazina porque transforma o ingrediente ativo em compostos não tóxicos. A planta daninha, por outro lado, não tem esse mesmo mecanismo e acaba sendo eliminada.

Seletividade adquirida

A seletividade adquirida é obtida por meio da biotecnologia, como no caso das culturas transgênicas. A soja RR (Roundup Ready) foi modificada geneticamente para resistir ao glifosato, oportunizando o uso de um herbicida não seletivo sem prejuízo à cultura.

Seletividade toponômica (ou de posição)

A seletividade toponômica ou de posição ocorre quando o herbicida é aplicado no solo e permanece na camada superficial, atingindo apenas as sementes das daninhas. Já as sementes da cultura germinam abaixo dessa camada e não entram em contato direto com o produto.

No caso do feijão, por exemplo, herbicidas como o Cartago podem ser utilizados em pós-emergência para controlar gramíneas como o capim amargoso. Por ser uma planta de folha larga, o feijão não é afetado pelo produto, que age de forma seletiva nas gramíneas. 

Características presentes nos melhores herbicidas seletivos

Nem todo herbicida seletivo entrega o mesmo resultado. Os melhores produtos do mercado compartilham uma combinação de fatores que tornam o manejo mais seguro, duradouro e eficiente.

Um herbicida seletivo precisa ser, antes de tudo, seguro para a cultura, ou seja, não pode provocar efeitos que levem à perda de produtividade. Ele também deve apresentar amplo espectro de controle e atuar sobre diferentes espécies de plantas daninhas presentes na área.

Outro ponto importante é o residual de ação. Produtos com longa persistência no solo ajudam a reduzir o número de aplicações ao longo do ciclo, economizando tempo e recursos. Mas o efeito prolongado precisa ser equilibrado com segurança ambiental para evitar contaminações ou impactos em outras culturas.

A flexibilidade também conta muito, e bons herbicidas permitem misturas com outros ingredientes ativos, ampliando o controle e ajudando a evitar a resistência das daninhas. Eles devem ser compatíveis com diferentes métodos de aplicação, desde que sigam as recomendações técnicas e legais.

Outros fatores importantes incluem:

  • Estabilidade no solo, sem acúmulo em palhada;
  • Fácil manuseio no campo, com formulações modernas e práticas;
  • Segurança toxicológica, tanto para o aplicador quanto para o consumidor final.

Por fim, vale buscar produtos de empresas que ofereçam um programa de uso responsável, com suporte técnico e orientação ao agricultor. 

Dicas de aplicação para herbicidas

Para aproveitar ao máximo o potencial dos herbicidas seletivos, a aplicação precisa seguir alguns cuidados. Mesmo o melhor produto pode falhar se for mal utilizado. Por isso, preparamos algumas dicas rápidas para melhorar o desempenho no campo:

  • Faça rotação de herbicidas com diferentes mecanismos de ação;
  • Realize aplicações sequenciais em áreas com alta pressão de infestação;
  • Alterne culturas e sistemas de cultivo para reduzir a pressão de seleção;
  • Mantenha o monitoramento constante da área e adote o Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD);
  • Identifique corretamente as ervas daninhas antes da escolha do produto;
  • Siga à risca as orientações da bula e do receituário agronômico;
  • Aplique em condições climáticas adequadas, evitando ventos fortes ou calor excessivo;
  • Não aplique em lavouras recém-plantadas ou com estresse hídrico, ou nutricional.

Saiba mais: Tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas: Entenda o conceito e a importância para sua lavoura.

Como escolher um herbicida seletivo?

Quando a cultura e as daninhas dividem o mesmo espaço, qualquer erro — seja na dose, no momento da aplicação ou no ingrediente ativo — pode custar produtividade logo no início do ciclo.

Para não correr riscos, é preciso observar três pontos

  • Qual é a cultura;
  • Em que estágio ela está;  
  • Quais são as espécies invasoras presentes na área

Também é importante saber se o manejo será em pré ou pós-emergência das plantas infestantes para definir o tipo de ação mais eficaz. Afinal, cada situação exige um produto com espectro de controle adequado, seletividade comprovada e segurança para a lavoura.

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