Ferrugem asiática da soja: principais sintomas, como evitar e formas de controle

A ferrugem asiática da soja tem sido uma das principais preocupações nas lavouras brasileiras. A cada safra, os produtores precisam lidar com uma doença que evolui rapidamente e compromete o rendimento da cultura quando não manejada de forma adequada.
Com alto poder de disseminação e capacidade de adaptação, o fungo causador da ferrugem exige atenção constante e decisões técnicas bem orientadas. Por isso, entender os sintomas, os fatores que favorecem o surgimento da doença e as estratégias de controle é essencial para reduzir os impactos na produção.
Este conteúdo foi feito para te ajudar, pois reúne informações atualizadas sobre a ferrugem asiática da soja e apresenta formas eficazes de identificar, evitar e controlar essa doença no campo.
Saiba o que é ferrugem asiática da soja
A ferrugem asiática da soja é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. Ela representa uma das doenças mais severas que afetam essa cultura, causando perdas de até 90% de produtividade segundo o Consórcio Antiferrugem.
A principal consequência do ataque é a desfolha precoce, que compromete o enchimento dos grãos e reduz significativamente a produtividade da lavoura.
O fungo é biotrófico, ou seja, precisa de plantas vivas para sobreviver. Ele se instala nas folhas, formando estruturas chamadas urédias, onde são produzidos os esporos.
Esses esporos são facilmente transportados pelo vento, o que facilita a rápida disseminação da doença entre as lavouras, mesmo a longas distâncias.
Com condições favoráveis, como alta umidade e temperaturas entre 15 °C e 25 °C, a infecção acontece em poucos dias e avança rapidamente. Por isso, entender como a ferrugem se comporta e agir com base em informações técnicas é fundamental para proteger a soja.
Como a ferrugem asiática da soja chegou ao Brasil?
Os primeiros registros brasileiros da ferrugem asiática ocorreram durante a safra de 2001/2002, nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás.
Na época, por ser uma doença pouco conhecida, o cenário apresentava-se desafiador, dificultando tanto o diagnóstico quanto o manejo adequado nas lavouras.
Como não havia produtos registrados para o controle da ferrugem asiática da soja, cerca de 80% das aplicações realizadas naquela safra utilizavam benzimidazóis, fungicidas voltados para o controle das doenças de final de ciclo, mas ineficazes contra a ferrugem.
O custo estimado da ferrugem asiática naquela safra foi de 125,5 milhões de dólares, representando um marco na história da cultura da soja no Brasil.
A partir desse momento, a doença passou a ser monitorada de forma intensiva, e diversas frentes de pesquisa e controle foram estruturadas para conter sua disseminação e desenvolver soluções mais eficientes para o campo.
Como identificar ferrugem asiática? Conheça os sintomas
Os sintomas da ferrugem asiática da soja são visíveis principalmente nas folhas da planta e podem ser percebidos em diferentes fases do ciclo da cultura. Abaixo, estão os principais sinais que merecem atenção durante o monitoramento:
- Manchas esverdeadas ou cinza-esverdeadas na face inferior das folhas: são os primeiros sinais da infecção, localizados geralmente no terço inferior das plantas;
- Formação de urédias: pequenas saliências que produzem e liberam os esporos do fungo, responsáveis pela rápida disseminação da doença entre as plantas;
- Manchas amareladas ao redor das lesões: indicam o comprometimento da fotossíntese, um dos principais fatores que impactam a produtividade;
- Presença de pústulas na parte superior das folhas: mostram que a infecção está em estágio mais avançado, com maior área foliar afetada;
- Queda prematura das folhas: sinal claro de que a planta perdeu sua capacidade fotossintética, reduzindo o enchimento dos grãos e compromete o rendimento da lavoura.
Confira o ciclo de vida da ferrugem asiática da soja
Entender o ciclo da ferrugem asiática da soja é essencial para adotar as práticas de manejo mais eficazes ao longo da safra. O processo de infecção ocorre em poucas horas, e a reprodução do fungo é intensa quando as condições climáticas são favoráveis.
Para facilitar essa visualização, veja no infográfico abaixo como o fungo Phakopsora pachyrhizi se desenvolve e se espalha pela lavoura.
Como evitar a ferrugem na soja?
O manejo da ferrugem asiática da soja se baseia em diferentes estratégias. Ainda que o controle químico seja necessário em diversos momentos, medidas culturais e estratégicas ajudam a reduzir a pressão da doença na lavoura e a manter o inóculo sob controle.
A seguir, estão as principais recomendações técnicas que devem ser consideradas ao longo da safra.
Respeite e siga as diretrizes do Vazio Sanitário
O vazio sanitário é uma medida obrigatória em diversos estados brasileiros e também no Paraguai, conhecida como pausa fitossanitária. A norma estabelece um período de no mínimo 90 dias sem a presença de plantas vivas de soja nas áreas de cultivo.
Durante esse tempo, é preciso eliminar qualquer planta voluntária que possa servir de hospedeira ao fungo Phakopsora pachyrhizi.
Essa interrupção no ciclo da doença é uma das formas mais eficazes de reduzir a quantidade de esporos disponíveis no ambiente antes do início da nova safra.
Utilize cultivares resistentes
O uso de cultivares com maior nível de resistência à ferrugem asiática da soja é uma estratégia complementar no manejo da doença. Embora não evitem completamente a infecção, elas dificultam o avanço do fungo e ajudam a reduzir a severidade dos sintomas.
Em cultivares resistentes, as urédias costumam produzir menor quantidade de esporos, impactando diretamente a velocidade de disseminação da doença na lavoura.
Além disso, a menor intensidade de desfolha contribui para a manutenção da capacidade fotossintética da planta e para a proteção do potencial produtivo.
A prática também ajuda a reduzir a pressão de seleção de populações resistentes aos fungicidas, favorecendo a durabilidade das tecnologias disponíveis no mercado.
Opte pelo tratamento de sementes
O tratamento de sementes com fungicidas específicos contribui para a proteção da lavoura nas fases iniciais de desenvolvimento, quando a cultura apresenta maior vulnerabilidade a infecções.
Essa prática complementa as demais estratégias de manejo, favorecendo a formação de um estande mais uniforme e promovendo o bom desenvolvimento vegetativo da planta nas primeiras semanas após a emergência.
Além de fortalecer o arranque da lavoura, o tratamento de sementes torna o ambiente menos favorável ao avanço da ferrugem asiática. A escolha dos produtos deve seguir orientação técnica, considerando as condições da área, o histórico de doenças e as características da própria planta.
Monitore regularmente a lavoura
A ferrugem asiática pode se instalar na lavoura de forma silenciosa, por isso, o monitoramento contínuo da cultura é indispensável para detectar os primeiros sinais da doença.
A inspeção deve começar logo após a emergência e se intensificar nas fases de maior desenvolvimento, principalmente em áreas com histórico da doença ou maior umidade no solo.
Também é importante acompanhar as atualizações de plataformas como o Consórcio Antiferrugem, que ajudam a mapear a presença do fungo na região. Na safra 2024/2025, por exemplo, os primeiros casos foram registrados em novembro de 2024 no estado de São Paulo.
Faça rotação de culturas
Alternar a soja safrinha com outras espécies que não são hospedeiras do fungo, como o milho, ajuda a interromper o ciclo da ferrugem asiática e a reduzir a presença de inóculo na área para a próxima safra.
A rotação ainda contribui para o equilíbrio do solo, favorece a biodiversidade no sistema de produção e pode diminuir a incidência de outras doenças e pragas.
Evitar o plantio da soja safrinha é outro ponto importante, já que o cultivo em sequência prolonga o tempo de exposição da planta ao patógeno, aumentando o risco de infecções precoces.
Quais fungicidas usar para combater a ferrugem asiática da soja?
O uso de fungicidas deve estar sempre ligado ao monitoramento da lavoura. Quando os primeiros sinais da ferrugem asiática forem identificados, é hora de agir com estratégias bem posicionadas, utilizando misturas com diferentes modos de ação para evitar a seleção de fungos resistentes e proteger o potencial produtivo da soja.
Entre os produtos que podem fazer parte desse manejo está o Safenith, fungicida de contato à base de clorotalonil. Ele atua no momento certo do ciclo, ajudando a manter a sanidade da lavoura mesmo sob alta pressão da doença.
Outra solução é o Evos, que age com elevada seletividade e proporciona o pleno desenvolvimento das plantas, mantém as folhas verdes e preserva sua sanidade e qualidade ao controlar as doenças foliares.
Já o Calitá é o mais novo lançamento da Alta Defensivos, formulado com clorotalonil e outros ativos complementares. Trata-se de um fungicida sistêmico com ação preventiva e curativa, que proporciona segurança e alta performance nas aplicações.
Para entender como essas e outras soluções da Alta Defensivos podem contribuir no controle da ferrugem asiática da soja e como posicioná-las com segurança e eficiência, acesse o site da Alta Defensivos!
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