8 doenças do café que todo produtor precisa conhecer

8 doenças do café que todo produtor precisa conhecer

Uma mancha diferente nas folhas, um ramo secando do nada, frutos caindo antes da hora… Por mais sutis que pareçam, esses sinais podem indicar problemas mais sérios. As doenças do café são silenciosas no início, mas quando avançam, comprometem o rendimento, a qualidade e a sobrevivência das plantas.

Com a expectativa de colher 55,7 milhões de sacas na safra 2025, segundo a Conab, o Brasil caminha para um dos maiores volumes de produção em ano de baixa bienalidade. A previsão é excelente para o setor, mas exige ainda mais atenção com a saúde das plantas.

Por isso, hoje vamos falar sobre as principais doenças que atacam os cafezais. Você vai aprender a identificar os sintomas, entender como essas patologias surgem e o que fazer para controlar cada uma delas. Também preparamos um infográfico exclusivo para mostrar como retirar amostras da planta e facilitar o diagnóstico no campo. Aproveite a leitura!

8 principais doenças do café

Antes de qualquer sintoma aparecer, as doenças do café já estão no ambiente, esperando a chance certa para atacar. Por isso, saber o que observar e quando agir é indispensável para evitar prejuízos que muitas vezes começam pequenos, mas se espalham rapidamente.

Confira quais são as 8 doenças do café mais comuns nas lavouras. São problemas que todo agricultor deve conhecer para proteger a produção.

1. Ferrugem do cafeeiro

A ferrugem do cafeeiro é a mais temida entre as doenças do café. Causada pelo fungo Hemileia vastatrix, ela se manifesta principalmente nas folhas, com pequenas manchas amareladas na parte inferior. Aos poucos, essas manchas se tornam pulverulentas e de coloração laranja.

Essa doença se espalha com facilidade em ambientes úmidos, com temperaturas entre 20 °C e 24 °C e baixa luminosidade. Quando não controlada, a ferrugem provoca desfolha intensa, seca de ramos e compromete fortemente o vigor da planta.

Além do uso de fungicidas específicos, uma estratégia importante é o plantio de cultivares resistentes e o manejo adequado da nutrição e do espaçamento, o que reduz as condições favoráveis ao fungo.

2. Mancha de phoma

A mancha de phoma, também chamada de requeima, é causada por fungos do gênero Phoma, com destaque para Phoma tarda e Phoma costarricensis. É mais comum em regiões de altitude, com ventos fortes, alta umidade e temperaturas em torno de 20 °C.

Os sintomas aparecem nas folhas novas, ramos, flores e frutos, com lesões necróticas, deformações e queda de partes da planta. Durante o florescimento, a lavoura fica ainda mais suscetível.

O controle inclui o uso de mudas certificadas, quebra-ventos, adubação equilibrada e a aplicação de fungicidas quando recomendado. Um bom espaçamento entre as plantas também ajuda a reduzir a umidade no interior da lavoura.

3. Mancha aureolada

A mancha aureolada do cafeeiro, causada pela bactéria Pseudomonas syringae pv. garcae, é um problema comum em lavouras jovens, localizadas em áreas de altitude, com clima úmido e ventos frios.

Os sintomas são manchas pardas nas folhas, circundadas por um halo amarelado, lesões em ramos, flores e frutos. Em casos mais severos, ocorre desfolha e queda de frutos, comprometendo o rendimento.

Como não há tratamento curativo, o manejo deve ser preventivo, com o uso de mudas sadias, podas corretas, quebra-ventos e aplicação de fungicidas à base de cobre, a fim de reduzir o impacto da doença.

4. Cercosporiose

A cercosporiose, ou mancha-de-olho-pardo, acontece especialmente em regiões com alta luminosidade e lavouras mal nutridas. Causada pelo fungo Cercospora coffeicola, ela pode atingir tanto as folhas quanto os frutos.

Nos estágios iniciais, surgem manchas marrons com bordas amareladas e centro esbranquiçado, geralmente nas folhas. Com o tempo, a planta perde folhas, os frutos amadurecem de forma irregular e parte da produção pode cair antes da hora.

Além de afetar o desenvolvimento da planta, a doença interfere diretamente na qualidade da bebida. O controle envolve a adubação equilibrada, aclimatação adequada das mudas antes do plantio, bom manejo hídrico e, se indicado, aplicações de fungicidas foliares.

5. Rizoctoniose

A rizoctoniose atinge principalmente mudas em viveiros, mas também pode causar danos em campo, afetando o colo da planta e dificultando o desenvolvimento da lavoura. O agente causal é o fungo Rhizoctonia solani, que sobrevive no solo e na matéria orgânica.

Os sintomas incluem escurecimento e apodrecimento da base do caule, murcha rápida da planta e queda de folhas. Em situações graves, há morte das mudas em reboleiras, especialmente em períodos úmidos e quentes.

O controle começa com práticas simples: uso de substratos bem drenados, higiene no viveiro, tratamento de sementes, descarte de mudas com sintomas e aplicação de fungicidas, especialmente no início do ciclo.

6. Amarelinho

O amarelinho do cafeeiro é causado pela bactéria Xylella fastidiosa, que obstrui os vasos condutores da planta, dificultando o transporte de seiva. O resultado é um café com crescimento travado, internódios curtos e folhas amareladas.

Os sintomas aparecem de forma lenta, com amarelecimento generalizado da planta, necrose das folhas e queda precoce. Embora não leve à morte imediata, a doença reduz muito o vigor e a produção ao longo do tempo.

A transmissão ocorre por cigarrinhas sugadoras do xilema. Por isso, o controle depende do manejo dos vetores, além de cuidados com nutrição e irrigação para reduzir o estresse das plantas e minimizar os danos causados pela bactéria.

7. Fusariose

A fusariose, também conhecida como murcha do cafeeiro, é provocada por fungos do gênero Fusarium, que invadem o sistema vascular da planta. O ataque costuma ocorrer em plantas jovens, principalmente quando há ferimentos causados por podas, capinas ou manejo inadequado.

Os sintomas mais comuns são murcha, amarelecimento e morte de ramos, que começa na parte superior e desce até a base da planta. O caule apresenta escurecimento e anelamento, indicando a destruição interna dos vasos condutores.

Como o fungo se instala pelas raízes ou feridas, o controle da fusariose envolve práticas preventivas: evitar lesões nas plantas, eliminar mudas contaminadas, manter a área livre de restos orgânicos e, quando necessário, aplicar fungicidas no substrato antes do plantio.

8. Seca dos ponteiros

A seca dos ponteiros do café é uma doença complexa, com causas ainda não totalmente definidas. Alguns estudos apontam o fungo Colletotrichum gloeosporioides como possível agente, enquanto outros relacionam o problema a fatores fisiológicos, como excesso de frutos, deficiência nutricional ou estresse hídrico.

O sintoma mais característico é a morte das extremidades dos ramos, que secam de forma visível, principalmente após chuvas isoladas em períodos secos. Também é comum a queda de folhas nas pontas e a paralisação do crescimento dos brotos.

O manejo envolve cuidados com a nutrição da lavoura, equilíbrio no uso de nitrogênio, aplicação de caldas fungicidas após a colheita e o uso de quebra-ventos. Em lavouras com histórico do problema, a atenção deve ser redobrada durante os períodos chuvosos e quentes.

Como retirar amostra para identificar doenças do cafeeiro?

A identificação correta de uma doença no campo começa com a coleta certa da amostra,  preferencialmente nas partes da planta que apresentam os primeiros sintomas. O ideal é coletar:

  • Folhas com lesões ativas, mas ainda verdes;
  • Ramos com início de seca ou escurecimento;
  • Frutos com manchas iniciais, ainda firmes.

O material colhido não pode estar seco ou em decomposição. As amostras devem ser armazenadas em sacos de papel e enviadas ao laboratório o quanto antes.

Para facilitar, veja o infográfico que preparamos para saber como retirar as amostras:

Em qual época do ciclo do café as doenças são mais comuns?

O desenvolvimento das doenças do cafeeiro está diretamente ligado às fases fenológicas da planta e às condições climáticas de cada período do ano. Para se preparar e agir de forma preventiva, é importante saber quando cada doença tem maior chance de aparecer.

De maneira geral, os períodos chuvosos e quentes favorecem doenças como a ferrugem do café, a cercosporiose e a seca dos ponteiros. Algumas doenças do solo, como a fusariose e a rizoctoniose, aparecem com mais frequência em fases iniciais de desenvolvimento ou em situações de solo encharcado e mal drenado.

Confira na tabela abaixo os momentos de maior ocorrência das principais doenças do café ao longo do ano:

DoençaFase fenológica mais suscetívelÉpoca de maior ocorrência
Ferrugem do cafeeiroFormação de frutos e maturaçãoPeríodo chuvoso
Mancha de phomaFlorescimento, formação de frutos e maturaçãoPeríodo chuvoso
Mancha aureoladaFormação de frutos e maturaçãoPeríodo chuvoso
CercosporioseFlorescimento, formação de frutos e maturaçãoPeríodo chuvoso
RizoctonioseMudas (viveiro e até cerca de 1,5 ano após plantio)Condições de alta umidade
AmarelinhoImplantação e formação (cafeeiros jovens)Período quente e seco
FusarioseFlorescimento, formação de frutos e maturaçãoCondições de alta umidade
Seca dos ponteirosFlorescimento, formação de frutos e maturaçãoPeríodo chuvoso

Como proteger seu cafezal?

Conhecer as doenças é só o primeiro passo. A proteção começa com um manejo bem planejado, da escolha de mudas sadias até a aplicação correta de defensivos, no momento certo e com os produtos adequados.

A Alta Defensivos oferece um portfólio completo para o cultivo do café, com soluções para controlar os principais problemas fitossanitários da lavoura:

  • Fungicidas, como Seven e Evos, recomendados para o controle de ferrugem-do-cafeeiro (Hemileia vastatrix), e Evos para a cercosporiose (Cercospora coffeicola);
  • Herbicidas para eliminar ervas daninhas que competem por nutrientes e favorecem o surgimento de doenças;
  • Inseticidas eficazes contra pragas como broca do café e bicho mineiro, que enfraquecem a planta e abrem porta para infecções.

Com o apoio técnico da equipe Alta e o uso dos produtos certos, é possível manter o seu cafezal saudável, produtivo e pronto para alcançar os melhores resultados em cada safra: conheça nossos produtos específicos para o café. 

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