Quais são as principais doenças da bananeira?

A cultura da banana é, sem dúvida, uma das mais tradicionais e presentes em propriedades agrícolas de todo o Brasil. Muita gente costuma dizer que é “fácil de cultivar”, e em partes, é verdade. No entanto, apesar da rusticidade da planta, os bananais são constantemente ameaçados pelas doenças da bananeira que, se não forem identificadas e controladas a tempo, comprometem o rendimento, a qualidade dos frutos e o lucro no fim da colheita.
Para ter uma ideia da importância dessa cultura, em 2024 o Brasil produziu mais de 7 milhões de toneladas de banana, movimentando R$ 16,1 bilhões em valor, de acordo com os dados mais recentes da Produção Agrícola Municipal (PAM/IBGE). Foram 469.989 hectares colhidos com um rendimento médio de 14.993 kg por hectare.
Junto com essa relevância vem a responsabilidade de proteger a lavoura. Por isso, hoje vamos falar sobre as principais pragas e doenças da banana e as estratégias mais eficientes para manter o seu bananal saudável e produtivo. Aproveite a leitura!
4 principais doenças da bananeira
Na prática do dia a dia no campo, é comum confundir sintomas ou subestimar os sinais iniciais de infecção, o que atrasa o manejo e aumenta os prejuízos. Por isso, saber quais são as doenças mais relevantes e como cada uma se comporta é fundamental para tomar decisões mais assertivas e proteger o seu investimento.
Entre as doenças da bananeira que mais preocupam hoje os agricultores e agrônomos, destacam-se: sigatoka negra, sigatoka amarela, mal-do-panamá e moko da bananeira.
Sigatoka Negra
A sigatoka negra é considerada a doença mais grave da cultura da banana no mundo. Ela é causada pelo fungo Pseudocercospora fijiensis, que ataca as folhas da bananeira e reduz drasticamente a capacidade de fotossíntese, o que leva a cachos menores, frutos de baixa qualidade e até perda total da produção.
O fungo se espalha facilmente pelo vento e pela água (chuvas, irrigação ou respingos) e encontra condições ideais em ambientes quentes e úmidos, comuns em praticamente todas as regiões produtoras do Brasil.
Os sintomas e sinais característicos da sigatoka negra são:
- Pequenas estrias marrons na face inferior das folhas;
- Evolução rápida para manchas escuras ou negras, que se alongam;
- Necrose precoce das folhas;
- Redução acentuada da fotossíntese, causando cachos menores e amadurecimento precoce dos frutos.
Em casos severos, a sigatoka negra pode causar perdas de até 90% da produção.
Veja como prevenir e controlar:
- Cultivares resistentes: optar por variedades tolerantes, sempre que disponíveis;
- Desfolha sanitária: remover e destruir folhas infectadas para reduzir a fonte de esporos;
- Melhoria do microclima do bananal: espaçamento adequado, podas para ventilação e drenagem de água;
- Uso de fungicidas registrados: aplicar produtos eficazes, alternando princípios ativos para evitar resistência do patógeno;
- Nutrição equilibrada da lavoura: plantas bem nutridas são mais resistentes a ataques.
Sigatoka Amarela
A sigatoka amarela, também chamada de mal-de-sigatoka da bananeira, é causada pelo fungo Pseudocercospora musae. É uma doença foliar importante, que embora seja menos agressiva que a sigatoka negra, pode comprometer a produção e a qualidade dos frutos se não for controlada adequadamente.
Os sintomas característicos são:
- Pequenos pontos amarelos entre as nervuras das folhas (geralmente a partir da folha mais jovem completamente expandida);
- Evolução para manchas alongadas de cor marrom, que depois ficam pretas com um anel amarelado ao redor;
- Redução progressiva da área verde foliar, prejudicando a fotossíntese.
A sigatoka amarela não mata a planta de imediato, mas reduz o seu vigor, afetando o enchimento dos frutos e favorecendo o amadurecimento irregular dos cachos.
Saiba como prevenir e controlar:
- Monitoramento constante: identificar sintomas iniciais e agir rápido;
- Desfolha sanitária: remover folhas infectadas diminui a disseminação do fungo;
- Controle de plantas daninhas na cultura da banana: daninhas aumentam a umidade e favorecem o desenvolvimento do patógeno;
- Nutrição balanceada da lavoura: uma planta bem nutrida resiste mais ao ataque;
- Aplicação de fungicidas registrados: utilizar produtos específicos para cada estágio da doença, seguindo orientações técnicas.
Mal-do-Panamá
O mal-do-panamá (ou murcha de fusarium) é causado pelo fungo de solo Fusarium oxysporum f. sp. cubense. Ele ataca o sistema vascular da bananeira, obstruindo a passagem de água e nutrientes e levando à morte da planta.
É especialmente devastador para variedades populares no Brasil como Maçã, Prata e Pacovã, pois essas cultivares são suscetíveis ao patógeno. O fungo é extremamente resistente e pode sobreviver no solo por até 30 anos, dificultando o replantio de variedades suscetíveis no mesmo local.
Conheça os principais sintomas:
- Murcha e amarelecimento das folhas mais velhas, que secam e se quebram junto ao pseudocaule (aspecto de “guarda-chuva fechado”);
- Coloração marrom-avermelhada na parte interna do pseudocaule e rizoma;
- Redução do tamanho do cacho e morte progressiva das plantas.
Entenda como prevenir e controlar:
- Utilizar mudas sadias e livres do fungo para novos plantios;
- Erradicar plantas doentes o mais rápido possível, evitando que o fungo se espalhe;
- Isolar a área contaminada e realizar desinfecção localizada de ferramentas, calçados e equipamentos agrícolas para impedir a movimentação do fungo para outras partes da lavoura;
- Controlar nematoides que ferem as raízes e facilitam a entrada do fungo;
- Investir em cultivares resistentes sempre que houver disponibilidade no mercado.
O mal-do-panamá é considerado a doença fúngica mais destrutiva da bananeira e seu controle depende quase totalmente de ações preventivas.
Moko da bananeira
O moko da bananeira, também conhecido como murcha bacteriana, é uma doença letal causada pela bactéria Ralstonia solanacearum (raça 2), que provoca a morte rápida das plantas e não há variedades resistentes atualmente.
A transmissão acontece principalmente por mudas infectadas, ferramentas contaminadas, insetos vetores e contato com plantas doentes.
Os sintomas do moko da bananeira são:
- Uma das folhas mais novas fica amarelada, depois murcha e se quebra próxima ao pseudocaule;
- Internamente, o pseudocaule apresenta descoloração escura (vascular);
- Nos frutos, podem ocorrer podridões secas de cor marrom a preta;
- Secagem do coração e da ráquis em plantas com cacho.
Para prevenir e controlar é preciso:
- Erradicar imediatamente as plantas contaminadas;
- Desinfetar ferramentas após cada uso para evitar disseminação;
- Utilizar mudas livres de bactérias para novos plantios;
- Evitar capinas e manejos mecânicos em áreas com suspeita da doença, reduzindo o risco de espalhar o patógeno.
Como não existe tratamento químico eficaz, o controle do moko da bananeira depende quase exclusivamente da prevenção e da higiene rigorosa na lavoura.
Outras doenças presentes nos bananais
Além das doenças que afetam com mais intensidade a produção, existem outras doenças da bananeira que merecem atenção. Embora muitas vezes não causem perdas tão expressivas como a sigatoka negra ou o mal-do-panamá, elas também diminuem a qualidade dos frutos, reduzem o vigor das plantas e favorecem a entrada de patógenos mais agressivos.
Para garantir a saúde do bananal e evitar surpresas no ciclo produtivo, é importante manter um olhar atento para os sintomas secundários e adotar estratégias de prevenção e controle adequadas.
Abaixo, listamos três doenças que fazem parte do dia a dia do bananicultor:
- Podridão Mole: causada por bactérias como Erwinia spp., afeta principalmente o rizoma, causando apodrecimento com liberação de material líquido e fétido. Os sintomas se confundem com outras doenças como o moko, mas o odor forte é um diferencial. A prevenção passa por evitar ferimentos nas plantas e higienizar ferramentas.
- Mosaico da Bananeira: provocada pelo Cucumber mosaic virus (CMV), é transmitida por pulgões e mudas infectadas. Causa áreas verde-escuras, claras e amareladas nas folhas, que ficam deformadas. O controle está no uso de mudas livres de vírus e no combate às pragas da banana, sobretudo os pulgões.
- Estrias da bananeira: essa virose é causada pelo Banana streak virus (BSV) e transmitida principalmente por mudas contaminadas e cochonilhas. As folhas apresentam riscas cloróticas que evoluem para necroses. Não há tratamento curativo, e o foco deve ser sempre preventivo, com uso de mudas sadias e eliminação das plantas infectadas.
Essas doenças, somadas às principais, formam o conjunto de pragas e doenças da banana que devem ser monitoradas constantemente. E não podemos esquecer que a presença de plantas daninhas no bananal também favorecem o aparecimento e agravamento dessas enfermidades, porque competem por nutrientes e aumentam a umidade e a sombra no ambiente.
Proteja sua lavoura das doenças fúngicas
Se tem algo que o agricultor sabe bem é que prevenir é sempre melhor (e mais barato) do que remediar. E isso é ainda mais verdadeiro quando falamos das doenças da bananeira, em particular as fúngicas, que evoluem rápido e podem afetar toda a lavoura se não forem contidas a tempo.
A Alta Defensivos está ao seu lado nesse desafio, com fungicidas eficazes para o controle de doenças como sigatoka negra e sigatoka amarela. Nossa linha foi desenvolvida para as necessidades reais do campo, com produtos práticos, seguros e resultados comprovados em diversas regiões produtoras do Brasil.
Além das doenças, um dos fatores que favorecem o avanço dos fungos são as plantas daninhas na cultura da banana. Elas mantêm a umidade elevada, dificultam o manejo e competem por água e nutrientes. O portfólio da Alta também conta com herbicidas poderosos, que ajudam a controlar com eficiência as principais daninhas encontradas em bananais:
Evos®: o fungicida multicultura que protege o bananal
Evos® é um fungicida multicultura de alta seletividade, desenvolvido para proporcionar sanidade foliar, vigor e produtividade. Seu modo de ação mantém as folhas verdes e ativas por mais tempo, o que se reflete em melhor enchimento dos frutos e maior rentabilidade.
Registrado para o controle de sigatoka-amarela e sigatoka-negra na cultura da banana, Evos® atua com eficiência no bloqueio do desenvolvimento dos fungos e confere a proteção contínua e duradoura da lavoura. Além do controle efetivo, o produto contribui para o pleno desenvolvimento das plantas, com uniformidade e desempenho superior no campo.
Com Evos®, você conta com um produto confiável para manter o bananal saudável, produtivo e competitivo, mesmo diante das condições mais desafiadoras.
Principais perguntas sobre doenças da bananeira
Entender e identificar as doenças da bananeira é indispensável para agir rápido e minimizar perdas. A seguir, respondemos às dúvidas mais comuns que ouvimos de produtores e técnicos em campo.
Quais são as principais doenças que afetam a bananeira?
As pragas e doenças da banana são diversas, mas algumas merecem atenção especial pela severidade e potencial destrutivo. Entre as mais comuns nos bananais brasileiros estão:
- Sigatoka negra;
- Sigatoka amarela;
- Mal-do-Panamá;
- Moko da bananeira;
- Podridão mole;
- Mosaico da bananeira;
- Estrias da bananeira.
Também é importante ficar atento às principais pragas da banana, como o gorgulho e os nematoides, e às plantas daninhas na cultura da banana, que favorecem a propagação de doenças e dificultam o manejo.
Como acabar com a doença da bananeira?
O controle começa com a identificação correta da doença. A partir disso, o ideal é aplicar um manejo integrado que inclua:
- Uso de mudas sadias e resistentes;
- Monitoramento constante da lavoura;
- Controle químico com fungicidas e bactericidas específicos;
- Remoção de folhas ou plantas infectadas;
- Controle eficiente das plantas daninhas do bananal.
Contar com o suporte técnico e utilizar produtos registrados para a cultura da banana, como os da Alta Defensivos, aumenta a eficácia no controle das doenças, reduz as perdas na produção e protege o potencial produtivo da lavoura a longo prazo.
Qual a doença que mais afeta a banana-prata?
A banana-prata, assim como a banana-maçã e a variedade pacovã, é especialmente vulnerável ao Mal-do-Panamá. A doença fúngica de solo é causada por Fusarium oxysporum f. sp. cubense e pode inviabilizar áreas inteiras de produção.
Os sintomas mais característicos são:
- Folhas que murcham e secam, assumindo o aspecto de guarda-chuva fechado;
- Rachaduras na base do pseudocaule;
- Coloração avermelhada na parte interna da planta.
A prevenção e o controle precoce são fundamentais, pois uma vez instalada, a doença é difícil de erradicar.
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