Como eliminar as moscas brancas na lavoura?

Como eliminar moscas brancas na soja

Se você chegou até aqui querendo saber como eliminar moscas-brancas, é porque provavelmente já conhece os estragos que essa praga causa no campo. E não é exagero dizer que ela é uma das mais preocupantes para quem vive da agricultura. 

Nos últimos anos, o alerta ficou ainda mais forte. A partir de 2021, agricultores de estados como Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Paraná começaram a notar um aumento expressivo nas revoadas de moscas-brancas, mesmo em áreas onde o problema já parecia controlado. Os prejuízos foram altos, principalmente em cultivos como feijão e tomate, que sofrem com as viroses transmitidas por esse inseto. 

A situação tem exigido atenção redobrada, por isso reunimos neste artigo as principais informações sobre o inseto, como identificá-lo em cada fase, os danos que ele provoca, quais culturas são mais afetadas e, claro, qual o melhor inseticida para a mosca-branca. Para facilitar, preparamos um infográfico exclusivo sobre o ciclo da mosca-branca. Acompanhe até o fim!

Mosca-branca: conheça mais sobre o inseto

A mosca-branca, de nome científico Bemisia tabaci, é um inseto pequeno, com pouco mais de 1 milímetro, corpo amarelo-pálido e asas brancas cobertas por uma cera fina. Ela pertence à ordem Hemiptera e à família Aleyrodidae, a mesma de outros sugadores como os percevejos. 

Mas, ao contrário deles, a mosca-branca é discreta, costuma se esconder na face inferior das folhas e passa boa parte da vida em estágio imóvel, dificultando a detecção e o controle. Como agravante, ela é vetor de mais de 120 vírus fitopatogênicos.

Aqui no Brasil, a presença da mosca-branca foi registrada pela primeira vez em 1923, mas foi só a partir dos anos 1990 que ela se tornou um problema em larga escala. Começou nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, atacando principalmente plantas ornamentais, mas não demorou para migrar para lavouras de feijão, soja, tomate, algodão e outras culturas comerciais

Na época, os especialistas identificaram que o problema estava ligado à introdução de um novo biótipo, o chamado Biótipo B, mais agressivo, resistente a inseticidas e altamente reprodutivo. Hoje, a mosca-branca está presente em todas as regiões produtoras do país, e é considerada uma das principais ameaças ao sistema produtivo.

Conheça o ciclo de vida da mosca-branca

Para enfrentar a mosca-branca com eficiência, é importante entender como ela se desenvolve, já que o sucesso do manejo depende, em grande parte, da aplicação das estratégias certas no momento certo do ciclo. Ter esse conhecimento ajuda a direcionar melhor o uso de defensivos e a programar ações culturais ou biológicas com mais precisão.

O ciclo da mosca branca passa por quatro estágios principais: ovo, ninfa móvel, ninfa fixa e adulto. Em condições ideais — especialmente com temperaturas elevadas e clima seco — o processo completo leva de 15 a 30 dias, sendo que o inseto adulto pode viver de 25 até 50 dias. Durante esse tempo, cada fêmea é capaz de colocar de 100 a 300 ovos, com rápida multiplicação da população.

Para facilitar a sua visualização e te ajudar a reconhecer cada fase no campo, preparamos um infográfico com os principais marcos do desenvolvimento da praga. Assim, você consegue identificar a fase predominante na lavoura e ajustar o seu manejo com mais assertividade. Confira a seguir:

Conheça os danos diretos e indiretos causados pelas moscas-brancas

A mosca-branca é uma praga que ataca de duas formas: por fora e por dentro. De um lado, ela enfraquece a planta ao sugar sua seiva e injetar toxinas. Do outro, compromete o ciclo produtivo ao transmitir vírus e facilitar a instalação de fungos. Isso ajuda a explicar por que, em muitas lavouras, os prejuízos vão além da queda de folhas ou do amarelecimento, com perdas reais de produtividade e, nos piores cenários, o abandono da área.

Os danos diretos acontecem quando a mosca-branca se alimenta. Quando suga a seiva, ela retira nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento da planta. O estresse causa enfraquecimento generalizado, redução no crescimento, queda de folhas e má formação dos grãos ou frutos. Os impactos são ainda mais sérios em períodos de alta demanda fisiológica, como o florescimento e o enchimento de grãos.

Os danos indiretos são ainda mais preocupantes, porque a mosca-branca é vetor de diversos vírus fitopatogênicos, como o mosaico dourado no feijoeiro, a necrose-da-haste na soja e viroses devastadoras no tomateiro. Sua excreção adocicada (o chamado honeydew) cria um ambiente perfeito para o surgimento da fumagina, um fungo preto que recobre as folhas e dificulta a fotossíntese.

Todos esses impactos, combinados, tornam o manejo da praga uma prioridade em qualquer sistema produtivo. Quanto antes o agricultor agir, menores serão as perdas e maior será a segurança da lavoura.

Quais cultivos são afetados pela mosca-branca?

Uma das maiores preocupações com a mosca-branca é justamente a capacidade de atacar diversas culturas, porque ela é uma praga polífaga, que consegue se alimentar de muitas espécies vegetais diferentes. E o mais alarmante: ela não se limita apenas às culturas comerciais. Também sobrevive e se reproduz em plantas daninhas.

Estudos indicam que a Bemisia tabaci pode afetar mais de 600 espécies de plantas, entre culturas alimentares, ornamentais e hortaliças. É essa versatilidade que faz com que o risco da infestação seja constante em áreas agrícolas, sobretudo em regiões de clima quente e seco, em que seu ciclo reprodutivo se acelera.

As culturas mais atacadas pela mosca-branca são: 

  • Fabáceas: soja, feijão e ervilha;
  • Cucurbitáceas: abóbora, abobrinha, melão, melancia e pepino;
  • Solanáceas: tomate, batata, berinjela, pimenta e tabaco;
  • Brássicas: repolho, couve, couve-flor e canola;
  • Malváceas: algodão;
  • Asteráceas: alface, crisântemo;
  • Plantas ornamentais: hibisco, petúnia e gerânio.

O que atrai a mosca-branca?

O inseto tem preferência por plantas com tecidos tenros e ricos em seiva, em especial durante os estágios iniciais de crescimento, quando os brotos e folhas novas estão mais vulneráveis. Essas condições facilitam a alimentação e a postura de ovos pelas fêmeas.

Lavouras com crescimento vegetativo acelerado, excesso de adubação nitrogenada ou presença de plantas hospedeiras secundárias tendem a ser mais atrativas para a praga. Ambientes de clima quente e seco também favorecem o desenvolvimento da mosca-branca, acelerando seu ciclo de vida e intensificando o número de gerações por safra.

Outro ponto que merece atenção é a presença de plantas daninhas ao redor ou no interior da lavoura. Muitas espécies consideradas invasoras funcionam como “reservatórios” da praga, mantendo sua população ativa mesmo fora do ciclo das culturas comerciais. É por isso que práticas como o vazio sanitário, a dessecação antecipada e a eliminação de plantas doentes são tão importantes dentro de um plano eficiente de controle de mosca-branca.

Como identificar a mosca-branca?

Como se trata de um inseto pequeno e discreto, que se esconde no verso das folhas, muitas infestações só são notadas quando os danos já estão em estágio avançado. Por isso, é recomendado adotar um monitoramento visual frequente.

O adulto da mosca-branca mede entre 1 mm e 2 mm, tem coloração amarelo-pálida e asas brancas recobertas por uma substância cerosa. Essas asas são mantidas ligeiramente separadas quando o inseto está em repouso, deixando visível o abdômen. Os adultos costumam se concentrar no terço superior das plantas, onde há folhas novas e maior disponibilidade de seiva. É comum, ao balançar levemente a planta, ver um pequeno “voar branco” subindo do dossel.

Também é importante observar os ovos e as diferentes fases da ninfa de mosca-branca, que ficam fixadas na parte inferior das folhas. Os ovos têm formato de pêra e coloração que varia de amarelo-claro a marrom, à medida que amadurecem. Após a eclosão, a ninfa passa por quatro ínstares: o primeiro ainda é móvel, enquanto os demais são fixos.  

Os sinais secundários também ajudam na identificação: folhas amareladas, presença de fumagina (camada escura e pegajosa sobre as folhas) e redução no crescimento da planta.  

Como eliminar moscas-brancas?

Como se trata de uma praga com alta capacidade de reprodução e adaptação, o controle precisa ser planejado, contínuo e ajustado à realidade da sua lavoura. É importante adotar o Manejo Integrado de Pragas (MIP), que combina estratégias culturais, biológicas e químicas, cada uma com sua função e momento ideal de aplicação.

Quando bem executado, esse conjunto de ações pode quebrar o ciclo da praga, reduzir a pressão de infestação e manter a produtividade em alta. Confira as principais práticas recomendadas para o controle de mosca-branca.

Mantenha a lavoura livre de plantas daninhas

Além de competir por recursos, as plantas daninhas funcionam como refúgio e fonte de alimento para a mosca-branca fora da safra. Muitas dessas espécies hospedeiras permitem que a praga se mantenha ativa mesmo quando a lavoura principal já foi colhida, gerando uma infestação precoce na próxima cultura.

Por isso, manter a lavoura e suas bordaduras limpas e bem manejadas é uma das ações culturais mais importantes no controle de mosca-branca. O uso de herbicidas seletivos, a roçada programada e o controle manual em áreas pequenas são formas eficientes de eliminar as plantas hospedeiras. A dessecação antecipada da vegetação espontânea antes do plantio também ajuda a reduzir a população inicial da praga.

Também vale destacar o papel do vazio sanitário, quando aplicável. Respeitar esse período sem cultivo de plantas hospedeiras é uma medida que já vem sendo adotada com sucesso para o controle de outras pragas e doenças, e mostra resultados positivos também no caso da mosca-branca.

Aplique estratégias de controle biológico

A ideia aqui é usar os próprios inimigos naturais da praga – organismos que se alimentam dela ou que a infectam – para manter sua população sob controle de forma natural, sem causar desequilíbrios no ecossistema da lavoura.

Entre os predadores naturais, as joaninhas, os crisopídeos (como o bicho-lixeiro) e os percevejos predadores têm destaque. Eles atacam ovos e ninfas da mosca-branca, reduzindo significativamente o número de indivíduos antes que cheguem à fase adulta. 

Quanto ao controle com fungos entomopatogênicos, os mais utilizados são Beauveria bassiana, Isaria fumosorosea e Cordyceps javanica. Esses microrganismos infectam e matam o inseto, e são muito úteis em ambientes com boa umidade.

Para que o controle biológico funcione bem, é preciso preservar esses inimigos naturais, evitando o uso indiscriminado de inseticidas de largo espectro, e, quando necessário, fazer a introdução controlada desses agentes, com orientação técnica.

Aposte também no controle químico

Apesar do avanço nas estratégias biológicas e culturais, o controle químico ainda é uma ferramenta indispensável quando a infestação de mosca-branca atinge níveis críticos. Mas para que seja realmente eficiente e não cause problemas como resistência ou desequilíbrio na lavoura, o uso de inseticida para mosca-branca deve ser feito com critério, técnica e planejamento.

O primeiro ponto de atenção é entender que cada fase do ciclo da mosca branca exige um tipo diferente de produto. Muitos inseticidas são eficazes contra os adultos, mas não afetam ovos ou ninfas. Por isso, é preciso observar o estágio predominante da praga no momento da aplicação e, se necessário, combinar ou rotacionar produtos com diferentes modos de ação

Da mesma forma, é indispensável seguir as recomendações de dose, volume de calda e condições climáticas ideais. Aplicações preventivas, sem a presença confirmada da praga, devem ser evitadas. E mais: o controle químico tem ainda mais eficácia quando combinado ao uso de herbicidas para eliminar plantas daninhas, que são fontes constantes de reinfestações. 

Qual o melhor inseticida para moscas brancas?

Diante da crescente pressão da praga em diferentes regiões do país, identificar qual o melhor inseticida para mosca-branca se tornou uma decisão estratégica. O produto precisa ser eficaz nas diferentes fases do ciclo da praga, ter bom desempenho em campo, e ainda contribuir para um manejo sustentável, sem colocar em risco os inimigos naturais e a saúde da lavoura a longo prazo.

O Cougar, inseticida da Alta Defensivos, foi desenvolvido com foco nesse desafio. Ele se destaca pela ação eficaz sobre ovos e ninfas, fases normalmente mais difíceis de controlar. Sua atuação por contato e ingestão interrompe o desenvolvimento da praga antes que ela alcance a fase adulta, reduzindo o potencial de reinfestação e o risco de transmissão de viroses. É uma solução robusta, indicada para soja, algodão, tomate e outras culturas sensíveis à mosca-branca.

Além do Cougar, a Alta oferece outros inseticidas, como Saggio, Taus, Briva e Allora, que possibilitam uma rotação eficiente de modos de ação, essencial para evitar resistência e manter o controle ao longo de toda a safra. 

Quer saber qual solução é mais indicada para a sua lavoura e estágio da praga? Conheça o portfólio completo de inseticidas da Alta Defensivos e fortaleça seu manejo com tecnologia de ponta.

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