Impactos do capim-amargoso resistente na produtividade como identificar e combater

Impactos do capim-amargoso resistente na produtividade como identificar e combater

Lidar com plantas daninhas é um desafio constante para os agricultores, especialmente quando o capim-amargoso começa a ganhar espaço na lavoura. Essa espécie tem tornado o manejo cada vez mais difícil e exigente.

Com alta capacidade de dispersão e rebrote, o capim-amargoso afeta diretamente culturas como a soja e o milho, elevando os custos operacionais e comprometendo o desempenho das lavouras ao longo das safras.

Para quem convive com esse cenário, entender seus impactos e conhecer estratégias eficazes de controle faz muita diferença no resultado da produção. Continue a leitura!

Características do capim-amargoso

Conhecido cientificamente como Digitaria insularis, o capim-amargoso é uma planta daninha perene que se espalha com facilidade em diferentes tipos de solo e clima. Essa adaptabilidade, somada ao seu ciclo de vida prolongado, faz dela uma presença persistente nas lavouras.

O que torna seu controle ainda mais desafiador são os rizomas, estruturas subterrâneas que funcionam como uma fonte de energia, permitindo que a planta volte a crescer após sofrer alguma interferência. Assim, mesmo quando aparentemente eliminada, ela continua viva sob o solo. 

Essa capacidade de rebrote se soma a outro fator preocupante: a produção intensa de sementes. Leves e numerosas, elas se dispersam com facilidade, invadindo novas áreas com o auxílio do vento, das máquinas ou até de animais. Quando não controlada, uma infestação pode se alastrar rapidamente por toda a propriedade.

Com o tempo, o uso repetido do mesmo herbicida favoreceu a permanência de plantas que não respondiam bem ao controle químico. Foi assim que o capim-amargoso passou a se tornar menos sensível ao glifosato, exigindo novas abordagens para manter a lavoura sob controle.

Impactos do capim-amargoso na produtividade

O avanço do capim-amargoso nas lavouras não afeta apenas a aparência da área cultivada. Essa planta daninha interfere diretamente no desempenho das culturas, dificultando o manejo, elevando os custos operacionais e comprometendo o rendimento da produção.

Competição com a cultura por luz, água e nutrientes.

O capim-amargoso se desenvolve rapidamente e ocupa espaço com eficiência, o que o torna um competidor direto por recursos essenciais. Luz, água e nutrientes deixam de estar disponíveis para a cultura, impactando seu crescimento e reduzindo o vigor das plantas desde os primeiros estágios.

Redução no estande e no rendimento das lavouras.

Mesmo em infestações localizadas, o impacto sobre a produtividade pode ser significativo. Quando a planta forma touceiras densas, interfere no espaçamento e no desenvolvimento das culturas. 

Em áreas de produção de soja, por exemplo, uma única touceira por metro quadrado pode resultar em perdas entre 20% e 22%. Esse tipo de cenário é observado em regiões como Campo Verde–MT, onde produtores relataram queda expressiva na colheita devido à infestação.

Aumento do custo de produção 

Além da perda de produtividade, o capim-amargoso resistente impõe um desafio financeiro. O controle exige mais aplicações, uso de herbicidas com mecanismos de ação distintos e, em alguns casos, até capina manual. 

Em 2022, no Paraná, foram aplicados mais de 5 milhões de quilos de herbicidas somente para o controle dessa planta, sendo quase metade com base em glifosato (49,6%). Esses números, divulgados na Revista Cultivar, evidenciam o peso crescente dessa planta daninha no orçamento da lavoura.

Como identificar o Capim-Amargoso resistente

Nas fases iniciais, a planta apresenta folhas finas, de cor verde-claro, com crescimento ereto. Com o tempo, forma touceiras que ocupam espaço e dificultam o manejo, principalmente entre as linhas de cultivo.

Um dos sinais mais claros é o rebrote após o controle. Mesmo depois da aplicação, a planta volta a crescer, indicando que o sistema radicular segue ativo.

Outro indicativo de problema é a perda de eficiência dos herbicidas. A planta permanece verde, com pouco ou nenhum sintoma de dessecação. Entre os sinais mais comuns de resistência estão:

  • Falha visível no controle após aplicação de glifosato;
  • Crescimento contínuo da planta mesmo após o manejo;
  • Predominância de touceiras em áreas com histórico de uso repetido de um mesmo herbicida.

A resistência foi registrada pela primeira vez no Brasil em 2008. Desde então, o capim-amargoso tem se espalhado por diversas regiões, com casos mais complexos envolvendo resistência a diferentes grupos químicos.

Esse comportamento é especialmente preocupante porque a planta está presente em diversas culturas importantes. Entre as mais afetadas estão:

  • Soja;
  • Milho;
  • Algodão;
  • Café.

Como combater o capim-amargo de forma eficaz

Como visto, o uso isolado de herbicidas, especialmente quando repetido, tende a perder eficiência. Por isso, o Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD) se apresenta como a forma mais eficiente e sustentável de lidar com essa planta no campo.

A seguir, veja as principais estratégias recomendadas:

  • Rotação de culturas: alternar espécies de diferentes ciclos e famílias reduz a pressão de seleção sobre a planta daninha e dificulta seu estabelecimento;
  • Cobertura do solo: o uso de palhada ajuda a limitar a entrada de luz e cria uma barreira física contra a germinação das sementes;
  • Manejo mecânico: práticas como roçagem e gradagem podem ser aplicadas em momentos pontuais, mas devem ser realizadas com critério para evitar o estímulo ao rebrote;
  • Controle químico com herbicidas: o ideal é utilizar produtos com diferentes mecanismos de ação, aplicados de forma sequencial e preferencialmente nas fases iniciais da planta;
  • Dessecação na entressafra: a combinação de herbicidas sistêmicos e de contato é mais eficiente quando feita fora do período de plantio, com atenção às condições climáticas no momento da aplicação.

Entre as soluções disponíveis no mercado, o Cartago se destaca como uma opção eficaz para o controle do capim-amargoso resistente. Ele atua sobre plantas que já não respondem ao glifosato e se encaixa bem em estratégias de manejo químico mais completas.

Controle inteligente para lavouras livres de amargoso

O capim-amargoso resistente exige atenção e ação coordenada. Ao se espalhar pela lavoura, ele dificulta o manejo e impõe altos custos à produção. Nesse cenário, o sucesso no controle passa pela adoção de estratégias completas, capazes de lidar com populações já estabelecidas.

O Cartago é uma dessas soluções. Com ação pós-emergente e formulação à base de cletodim, combate gramíneas anuais e perenes com alta eficiência, inclusive em áreas com resistência ao glifosato. Seletivo e versátil, ele se adapta a diferentes momentos do manejo e potencializa os resultados de programas integrados de controle.

Conheça o poder do Cartago no controle do capim-amargoso resistente.

Leia mais

Como funcionam os herbicidas seletivos?

Como funcionam os herbicidas seletivos?

Na hora de escolher o produto certo para o manejo de plantas daninhas, uma das dúvidas mais comuns é como fazer o controle das invasoras…

Como plantar feijão: Conheça dicas de manejo e a época ideal para plantio

Como plantar feijão: Conheça dicas de manejo e a época ideal para plantio

Para começar uma lavoura e alcançar bons resultados logo no primeiro plantio, é preciso saber como plantar feijão, já que esta é uma cultura que…

8 doenças do café que todo produtor precisa conhecer

8 doenças do café que todo produtor precisa conhecer

Uma mancha diferente nas folhas, um ramo secando do nada, frutos caindo antes da hora… Por mais sutis que pareçam, esses sinais podem indicar problemas…