Como acabar com pulgão nas plantas?

Como acabar com pulgão nas plantas?

Você já percebeu folhas novas se retorcendo, cultivos com crescimento travado ou aquele aspecto de fuligem preta nas folhas, causado pela fumagina? Então é hora de entender como acabar com pulgão nas plantas.

Apesar de pequena, os pulgões estão entre as pragas mais comuns e destrutivas nas lavouras brasileiras. Eles se alimentam da seiva das plantas, comprometem o desenvolvimento, causam deformações e ainda favorecem o surgimento de doenças. 

Hoje, vamos explicar  o que é pulgão, quais são os principais tipos no Brasil e também as formas mais eficazes de controle, incluindo os inseticidas indicados em cada situação. Acompanhe a leitura até o fim e saiba como eliminar de vez essa praga da sua plantação.

O que é pulgão?

O pulgão é um inseto minúsculo, que mede de 1,5 a 3,0 mm, mas que carrega um grande potencial de dano para as lavouras. Também chamado de afídeo ou piolho-das-plantas, ele pertence à família Aphididae e à ordem Hemiptera. 

Ele possui corpo mole, em formato de pêra (piriforme), tem antenas longas e pode variar bastante na cor. Existem pulgões-verdes, pretos, amarelos, marrons e avermelhados. Muitas vezes, passam despercebidos porque se escondem na parte de baixo das folhas e preferem as regiões mais jovens e suculentas das plantas.

Esses insetos se alimentam da seiva das culturas por meio de um aparelho bucal do tipo picador-sugador. A retirada constante de nutrientes enfraquece a planta, compromete seu crescimento, provoca deformações e aumenta a vulnerabilidade a doenças. 

Os pulgões também excretam uma substância adocicada, conhecida como honeydew, que atrai formigas e serve de base para o desenvolvimento da fumagina, um fungo escuro que interfere na fotossíntese.

Com alta capacidade de reprodução, os pulgões vivem em colônias formadas por fêmeas aladas e sem asas, junto com ninfas em diferentes estágios. Eles se reproduzem principalmente por partenogênese telítoca e viviparidade, podendo originar até 10 ninfas por fêmea a cada dia

Em condições ideais — temperaturas amenas entre 18 °C e 25 °C e períodos de pouca chuva —  o ciclo de vida completo dura em média uma semana, fazendo com que as infestações cresçam rapidamente. As formas aladas ainda se dispersam com facilidade, carregadas pelo vento a centenas de quilômetros.

Quais são os tipos de pulgão mais comuns nas lavouras?

Nem todo pulgão é igual. Algumas espécies preferem atacar culturas específicas, enquanto outras são mais generalistas e podem surgir em diversos tipos de lavouras. Portanto, reconhecer os tipos de pulgão que afetam a sua produção é indispensável para aplicar o controle adequado e escolher o inseticida correto.

Conheça os principais tipos de pulgão encontrados nas lavouras brasileiras, quais culturas eles atacam com mais frequência e como se comportam no campo.  No final, preparamos uma tabela para facilitar a identificação e o manejo em cada situação.

Pulgão-da-serralha (Dactinotus sonchi)

Esse pulgão costuma atacar principalmente plantas da família das compostas, como alface e chicória. É mais comum em regiões de clima ameno e suas infestações tendem a se concentrar nas folhas mais jovens, que oferecem maior teor nutritivo.

Pulgão-do-algodoeiro (Aphis gossypii)

Praga frequente em diversas culturas, o pulgão-do-algodoeiro atinge principalmente o algodão, mas também aparece em melancia, melão, pepino e berinjela. Ele causa enrugamento das folhas, deformação dos brotos e desenvolvimento de fumagina, e é vetor de viroses importantes nas culturas que ataca.

Pulgão-da-couve (Brevicoryne brassicae)

Como o nome sugere, o pulgão-da-couve é uma praga que ataca brássicas como couve, repolho, brócolis e couve-flor. Forma colônias densas e visíveis, geralmente na parte inferior das folhas. Ele é facilmente reconhecido pela coloração cinza-esbranquiçada e pela substância cerosa que reveste seu corpo.

Pulgão-preto (Toxoptera citricida)

O pulgão-preto é um dos principais vetores do vírus da tristeza dos citros, que afeta laranjeiras, limoeiros e tangerineiras. O corpo escuro contrasta com o tecido jovem das plantas, onde costuma se concentrar. Sua presença compromete o desenvolvimento dos brotos e favorece o surgimento de fumagina.

Pulgão-verde (Myzus persicae)

Altamente polífago, o pulgão-verde ataca soja, batata, pimentão, cenoura, alface e muitas outras culturas. De coloração esverdeada, pode estar presente com ou sem asas. Além de causar deformações nas folhas, ele é vetor de vários fitovírus importantes.

Pulgão-da-folha (Metopolophium dirhodum)

Mais comum em culturas de inverno, como o trigo, o pulgão-da-folha prefere se alojar nas folhas intermediárias e superiores das plantas. Está associado à transmissão do vírus do nanismo-amarelo-da-cevada, além de causar danos diretos pela sucção da seiva.

Pulgão-da-espiga (Sitobion avenae)

Também frequente em trigo, cevada e aveia, o pulgão-da-espiga se instala, como o nome diz, diretamente nas espigas, especialmente durante o período reprodutivo da planta. Em infestações intensas, reduz o número e o peso dos grãos, afetando diretamente a produtividade.

Tipo de pulgão Nome científicoPrincipais culturas afetadas
Pulgão-da-serralha Dactinotus sonchialface, chicória e outras compostas
Pulgão-do-algodoeiroAphis gossypiialgodão, melancia, melão, pepino, berinjela
Pulgão-da-couveBrevicoryne brassicaecouve, repolho, brócolis, couve-flor
Pulgão-pretoToxoptera citricidalaranjeira, limoeiro, tangerineira
Pulgão-verdeMyzus persicaesoja, batata, pimentão, cenoura, alface
Pulgão-da-folhaMetopolophium dirhodumaveia, centeio, cevada, trigo, triticale
Pulgão-da-espigaSitobion avenaeaveia, centeio, cevada, trigo, triticale 

Qual a relação entre pulgões e culturas de inverno?

Durante o inverno, especialmente em regiões do Brasil onde o frio não é intenso, como no Sudeste, Centro-Oeste, partes do Sul e no interior do Nordeste, as condições climáticas são  perfeitas para a reprodução dos pulgões

De acordo com a Embrapa, os pulgões se desenvolvem melhor em temperaturas entre 18 °C e 25 °C e com baixa ocorrência de chuvas, exatamente o que ocorre nesses períodos em muitas lavouras de inverno.

Essas condições favorecem tanto o crescimento populacional quanto a capacidade de dispersão das espécies aladas, que podem migrar de uma área para outra com o vento. Então, mesmo que a sua lavoura não tenha sinais visíveis no início da estação, o risco de infestação pode aumentar conforme o clima.

É por isso que cultivos como trigo, aveia, cevada e outros cereais de inverno devem ser monitorados com atenção redobrada nessa época. Os pulgões causam danos diretos ao sugar a seiva das plantas, e também atuam como vetores de viroses, como o vírus do nanismo-amarelo-da-cevada (VNAC), que diminui severamente a produtividade da lavoura.

Vale reforçar que os pulgões não são exclusivos de culturas de inverno. Eles também atacam cultivos em outras épocas do ano, principalmente se houver estresse hídrico ou desequilíbrio nutricional. O ideal é manter o manejo constante e preventivo, independente da estação.

Como acabar com pulgão nas plantas?

Agora que você já sabe o que é e quais são os principais tipos, vamos explicar como acabar com pulgão nas plantas. Como esses insetos se reproduzem rapidamente e podem desenvolver resistência a certos produtos, é recomendado adotar uma abordagem integrada

Antes de partir para o controle químico, é importante entender como identificar a praga corretamente, quais condições favorecem o seu aparecimento e o que pode ser feito para evitar novas infestações. Veja os principais caminhos para matar pulgão.

Antes de mais nada, identifique o tipo de pulgão que está afetando seu cultivo

Nem todos os pulgões atacam da mesma forma e nem todas as culturas são afetadas pelas mesmas espécies. Por isso, o primeiro passo é observar com atenção a coloração, a parte da planta onde o inseto se instala e os sintomas apresentados. Se possível, colete amostras e consulte um técnico agrícola ou engenheiro agrônomo para confirmar o tipo de pulgão.

Com essa identificação, fica mais fácil escolher o produto certo e aplicar o manejo ideal. Alguns pulgões, como o pulgão-verde (Myzus persicae), são vetores de vírus e exigem ação imediata mesmo com baixa infestação. Outros podem ser controlados de maneira gradual, especialmente se houver inimigos naturais presentes na lavoura.

Também é preciso observar o estágio da cultura. Nas fases reprodutivas, o impacto dos pulgões é mais severo e o controle precisa ser mais rigoroso para evitar perdas na colheita.

Use telas e sistemas de controle em culturas feitas em estufas

Se você trabalha com hortaliças, plantas ornamentais ou outros cultivos em ambiente protegido, como estufas, a prevenção precisa começar pela barreira física para impedir a invasão dos pulgões alados. O uso de telas anti-afídeos nas aberturas é uma das formas mais simples e eficazes de evitar a entrada desses insetos.

Além das telas, você pode reforçar o monitoramento com armadilhas adesivas amarelas, que atraem pulgões em voo antes que eles se instalem nas plantas. Elas também servem como indicadores de infestação, auxiliando na tomada de decisão para outras medidas de controle.

Para dificultar a sobrevivência do pulgão no ambiente, é preciso manter a estufa bem vedada, higienizada e com circulação de ar controlada. Lembre-se: quanto menos entrada e abrigo essa praga tiver, menor será o risco de contaminação.

Bioinseticidas auxiliam quando a infestação é pequena

Quando a infestação de pulgões ainda está no início, os bioinseticidas são uma boa opção. Eles são compostos naturais ou à base de microrganismos, como fungos entomopatogênicos (Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae) e extratos vegetais (óleo de neem), que atuam diretamente sobre a praga.

A vantagem é que esses produtos não prejudicam outros insetos benéficos ou o ecossistema da lavoura, sendo ideais para a agricultura orgânica ou para o Manejo Integrado de Pragas (MIP).  

Faça rotação de culturas e plante as “espécies repelentes”

Uma das estratégias mais eficazes para prevenir o aparecimento de pulgões é tornar o ambiente menos favorável ao seu ciclo de vida. A rotação de culturas quebra o padrão alimentar dos pulgões, dificultando que encontrem sempre o mesmo tipo de planta para se alimentar e se reproduzir. 

Algumas plantas funcionam como repelentes naturais de pulgões. É o caso de espécies como alho, hortelã, manjericão e calêndula. Quando plantadas ao redor das culturas principais, ajudam a formar uma barreira de proteção. Essas plantas exalam compostos que afastam os pulgões e atraem inimigos naturais benéficos, como joaninhas e crisopídeos.

Essas práticas culturais são simples, de baixo custo e altamente eficazes quando associadas a outras técnicas de manejo integrado, e ainda contribuem para o equilíbrio ecológico da lavoura.

Selecione o defensivo agrícola correto para aplicação

Quando a infestação de pulgões está mais avançada, o uso de defensivos agrícolas evita prejuízos maiores. No entanto, é fundamental escolher o produto certo para o tipo de pulgão e a cultura afetada para ter eficácia no controle e evitar a seleção de indivíduos resistentes.

O ideal é optar por inseticidas sistêmicos, que são absorvidos pela planta e agem diretamente sobre os pulgões durante a alimentação. O uso deve ser sempre orientado por um profissional habilitado. Em cultivos iniciais, o tratamento de sementes com inseticidas registrados também oferece proteção contra o ataque precoce.

O manejo ideal é aquele que combina tecnologia com responsabilidade, utilizando defensivos apenas quando recomendado e sempre respeitando os níveis de controle estabelecidos.

Qual o melhor inseticida para pulgão?

A escolha do melhor inseticida para pulgão depende de dois fatores principais: o tipo de pulgão presente na lavoura e a cultura afetada. Usar o produto certo no momento certo contribui para o sucesso do controle e para a preservação da produtividade.

A Alta Defensivos oferece soluções específicas para diferentes tipos de pulgões em diversas culturas. Abaixo, você confere uma tabela com os produtos recomendados e onde aplicá-los:

Produto AltaCulturas indicadasTipo de pulgão combatido
Tausmelancia e melãopulgão-das-inflorescências (Aphis gossypii)
alfacepulgão (Dactinotus sonchi)
algodãopulgão-do-algodoeiro (Aphis gossypii)
brócolis, repolho, couve, couve-florpulgão-da-couve (Brevicoryne brassicae)
citrospulgão-preto-dos-citros (Toxoptera citricida)
fumopulgão-verde (Myzus persicae)
pinus (viveiro e campo)pulgão-dos-pinus (Cinara atlantica)
Brivaalgodãopulgão-do-algodoeiro (Aphis gossypii )
cevada e trigopulgão-da-folha (Metopolophium dirhodum)
cevada e trigopulgão-da-espiga (Sitobion avenae )
trigopulgão-verde-dos-cereais (Rhopalosiphum graminum)
Meteoroalgodãopulgãopulgão-das-inflorescências (Aphis gossypii )

Com o acompanhamento técnico adequado e o uso de insumos específicos para cada tipo de pulgão e cultura, o controle da praga é muito mais eficiente. O segredo está em agir no momento ideal, com produtos confiáveis.

Proteger a sua produção é uma escolha estratégica, e você não precisa lidar com isso sozinho. Conheça a linha completa de inseticidas da Alta Defensivos.

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