Guia completo do cultivo do trigo: quando plantar, pragas, doenças e manejo ideal

Se você tem vontade de investir no cultivo do trigo, mas se sente inseguro sobre quando plantar, como preparar o solo ou o que fazer diante de pragas e doenças, saiba que muitos produtores compartilham essas mesmas dúvidas.
A produção nacional deve alcançar 8,6 milhões de toneladas na safra 2025/26, conforme a atualização da consultoria StoneX. A estimativa representa uma queda de 4,2% em relação à previsão anterior, puxada pela menor intenção de plantio, com 2,8 milhões de hectares, abaixo dos 3,1 milhões da última safra. O dado reforça a importância do planejamento estratégico para manter a cultura competitiva, mesmo com cenários menos favoráveis.
Por isso, hoje vamos explicar como plantar trigo do jeito certo: desde a escolha da cultivar, épocas ideais de plantio, até o controle das principais pragas e doenças. Também preparamos um infográfico exclusivo com as etapas do cultivo do trigo e os cuidados necessários em cada fase. Continue a leitura!
Quando plantar trigo?
O período ideal para o plantio do trigo depende da região e do tipo de manejo utilizado. No Sul do Brasil, principal área produtora do país, o plantio ocorre entre maio e julho, quando as temperaturas são mais amenas e a umidade do solo é favorável. No Cerrado, o calendário muda: o trigo de sequeiro é semeado de janeiro a fevereiro, enquanto o trigo irrigado vai de abril a maio.
As temperaturas ideais para a germinação estão entre 15 °C e 20 °C, e o trigo precisa de chuvas bem distribuídas ao longo do ciclo. A produtividade é afetada quando há excesso de chuvas no espigamento ou falta d’água durante o enchimento dos grãos. Nas regiões mais frias, o risco de geadas fora de época exige ainda mais cautela no planejamento.
A definição correta da época de plantio ajuda a evitar estresses climáticos e favorece o desenvolvimento saudável da lavoura. Essa escolha é uma escolha importante tanto para os sistemas de plantio direto quanto para as áreas com preparo convencional do solo.
Quais são os tipos de trigo cultivados?
No Brasil, o cultivo do trigo aproveita diferentes tipos de cultivares, cada um adaptado às condições específicas de solo, clima e demanda de mercado. São variedades classificadas com base nas suas características tecnológicas e no uso final na indústria.
Conheça os principais tipos de trigo cultivados:
- Trigo melhorador: tem alto teor de proteína e é ideal para panificação, oferecendo maior força de glúten;
- Trigo pão: apresenta boa qualidade panificável e é bastante utilizado na produção de massas e pães;
- Trigo brando: tem menor teor de proteína e é mais indicado para biscoitos, bolos e produtos com menor exigência de força de glúten.
A definição do tipo depende de fatores como região de plantio, resistência a doenças, ciclo da cultura e exigências do mercado comprador. A melhor decisão vem com planejamento. Por isso, é recomendado consultar o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) e contar com a orientação de um agrônomo para ter produtividade e qualidade na sua lavoura.
Etapas do cultivo do trigo
Para ter uma plantação de trigo produtiva, é importante saber quais são as fases de desenvolvimento da cultura. Cada etapa exige cuidados específicos, que influenciam diretamente no rendimento da lavoura. A seguir, conheça o passo a passo do cultivo do trigo:
Semeadura
Nesta etapa, o produtor define a melhor época de plantio com base no clima da região e prepara o solo, de acordo com o sistema utilizado (plantio direto ou convencional). A semeadura deve ser feita com sementes de qualidade, respeitando o espaçamento adequado e a profundidade de 2 a 5 cm, dependendo da cultivar e das condições do solo.
Emergência e plântula
Após a germinação, a planta emerge do solo e inicia a formação das primeiras folhas. Essa fase dura cerca de 5 a 15 dias e exige umidade adequada e temperaturas entre 15 °C e 20 °C para o bom arranque da lavoura.
Perfilhamento
É o momento em que a planta começa a desenvolver brotos laterais, chamados perfilhos. Esses perfilhos determinam o número de espigas que a planta vai produzir. A fase é sensível à competição com plantas daninhas e ao estresse hídrico, por isso requer monitoramento constante.
Alongamento do colmo
A planta entra em crescimento acelerado, com formação de nós e expansão das folhas. Esse é o momento em que ela precisa de boa nutrição e disponibilidade hídrica para fortalecer a estrutura que sustentará as espigas.
Espigamento e floração
As espigas se tornam visíveis e ocorre a polinização. Essa é uma fase crítica para o potencial produtivo da lavoura. Condições climáticas adversas, como excesso de chuvas ou calor intenso, afetam a fertilização e a formação dos grãos.
Enchimento de grãos
Durante o enchimento, a planta direciona seus nutrientes para os grãos em formação. A disponibilidade de água e nutrientes nessa fase contribui diretamente para o peso final dos grãos.
Maturação
A planta começa a secar e os grãos atingem o ponto de colheita. A maturação ocorre, em média, entre 110 e 150 dias após o plantio, dependendo da variedade e das condições climáticas.
Principais pragas do trigo
As pragas são uma das maiores ameaças à produtividade no cultivo do trigo, e atacam em diferentes fases do ciclo da cultura. O controle depende do monitoramento frequente e da identificação precisa dos sintomas para agir no momento certo, sempre com orientação técnica.
Conheça as principais pragas que afetam a plantação de trigo e como enfrentá-las.
Lagarta-do-trigo
A lagarta-do-trigo ataca principalmente na fase inicial da lavoura, destruindo folhas e reduzindo a capacidade da planta de realizar fotossíntese.
Os danos diretos incluem desfolhamento severo e redução no número de perfilhos, comprometendo a formação de espigas. O período mais crítico é do perfilhamento ao alongamento. O monitoramento deve ser feito com inspeções regulares nas folhas e no solo, principalmente em lavouras com histórico da praga.
Pulgões
Os pulgões, como o pulgão-da-espiga, por exemplo, são insetos sugadores que se alimentam da seiva das plantas, causando amarelecimento, encurvamento das folhas e deformações nas espigas. Além dos danos diretos, eles também transmitem viroses.
O ataque geralmente ocorre durante o perfilhamento e espigamento. O monitoramento visual é fundamental e deve ser feito nas partes jovens da planta, que é onde eles se concentram.
Percevejo-marrom
O percevejo-marrom também suga a seiva das plantas, provocando murchamento, redução do enchimento dos grãos e até aborto de espigas. A presença da praga é mais comum a partir do alongamento do colmo até a maturação. O monitoramento deve incluir vistorias nas folhas basais e no solo próximo às plantas.
Mosca-branca
Apesar de menos comum no trigo do que em outras culturas, a mosca-branca pode aparecer em lavouras mais quentes e densas. Ela prejudica a planta ao sugar a seiva e provocar murchamento e atraso no desenvolvimento, além de favorecer a incidência de fungos, como a fumagina.
O monitoramento deve ser realizado com armadilhas adesivas e observação direta, especialmente em bordaduras e áreas mais abafadas da lavoura.
Principais doenças no trigo
Além das pragas, as doenças também exigem atenção especial no cultivo do trigo. Elas podem surgir em qualquer fase do ciclo, afetando folhas, colmos, espigas e grãos, com impacto direto na produtividade e qualidade da colheita.
A ocorrência de doenças está geralmente relacionada a condições climáticas favoráveis, como excesso de umidade, temperaturas amenas e alta densidade de plantio. Saiba quais são as mais comuns e os cuidados necessários.
Ferrugem da folha
A ferrugem da folha é causada pelo fungo Puccinia triticina e aparece como pústulas alaranjadas nas folhas, que evoluem para necrose e queda foliar precoce. A perda de área fotossintética reduz a formação dos grãos.
A doença se desenvolve rapidamente em climas úmidos com temperaturas entre 15 °C e 22 °C. O controle depende do uso de cultivares resistentes e da identificação precoce por meio de monitoramento visual.
Giberela
A giberela, ou fusariose da espiga, é uma das doenças mais graves do trigo. Ela provoca escurecimento e apodrecimento das espigas, além de grãos chochos e contaminados por micotoxinas.
As condições ideais para sua ocorrência são chuvas e alta umidade durante o espigamento e a floração. A escolha de cultivares tolerantes, a rotação de culturas e a semeadura nas épocas indicadas ajudam a reduzir o risco.
Oídio
O oídio se manifesta como uma camada branca e pulverulenta sobre folhas e colmos. Com o avanço da doença, a planta perde vigor, e a produtividade cai.
O clima seco com noites frescas favorece o aparecimento, especialmente no início do ciclo. O monitoramento visual e a escolha de cultivares menos suscetíveis são medidas importantes para o controle.
Mancha amarela
A mancha amarela, causada pelo fungo Drechslera tritici-repentis, aparece como lesões amareladas que evoluem para necroses nas folhas. A doença reduz a área fotossintética e, consequentemente, a capacidade de enchimento dos grãos.
É favorecida por alta umidade e temperaturas entre 15 °C e 28 °C. O controle começa com o manejo correto da palhada, rotação de culturas e o uso de materiais genéticos resistentes.
Etapas do cultivo do trigo e cuidados necessários
O sucesso na plantação de trigo depende do acompanhamento atento de cada fase da cultura, desde a escolha da cultivar até o momento da colheita.
Para facilitar a sua rotina no campo, preparamos um infográfico completo com as principais etapas do cultivo do trigo e os cuidados necessários em cada fase.
Manejo integrado no cultivo do trigo
Adotar o manejo integrado no cultivo do trigo contribui para o equilíbrio da produtividade, sustentabilidade e economia na lavoura. A abordagem combina diferentes estratégias para prevenir problemas e agir com precisão, sempre com base no monitoramento e na orientação técnica.
O objetivo é manter a lavoura saudável e produtiva, reduzindo a pressão de pragas, doenças e plantas daninhas. Conheça as principais práticas!
Rotação de culturas
A rotação de culturas é uma das ferramentas mais eficientes para quebrar o ciclo de pragas e doenças. Alternar o trigo com outras espécies, como soja, milho ou feijão, ajuda a reduzir a população de patógenos no solo e a melhorar a estrutura física do terreno. A diversidade de culturas também favorece o equilíbrio do ecossistema da lavoura.
Outra vantagem da rotação é o aproveitamento dos resíduos culturais, que enriquecem o solo e aumentam a matéria orgânica. Isso contribui para uma lavoura mais resistente a estresses climáticos e com menor necessidade de insumos ao longo dos anos.
Por fim, a rotação ainda otimiza o uso de nutrientes, reduz a compactação do solo e melhora o aproveitamento da água, fortalecendo as plantas para um ciclo mais saudável.
Monitoramento frequente
O monitoramento constante da lavoura possibilita identificar pragas, doenças e deficiências nutricionais de forma precoce. O acompanhamento deve ser feito desde o início do ciclo, com inspeções visuais e, se possível, ferramentas tecnológicas, como sensores, armadilhas ou imagens de satélite.
Com as informações em mãos, fica mais fácil tomar decisões relevantes, como o momento certo para intervir e a escolha da estratégia mais eficaz. Manter um histórico das observações ajuda no planejamento das próximas safras, permitindo antecipar riscos e ajustar o manejo com mais precisão.
Boas práticas agronômicas
As boas práticas de manejo incluem preparar o solo corretamente, usar sementes certificadas, ajustar a densidade de plantio, manter o espaçamento adequado entre as linhas e realizar adubações equilibradas com base na análise de solo.
Outro ponto importante é o manejo da irrigação. Mesmo em regiões com boa distribuição de chuvas, o monitoramento da umidade do solo reduz a possibilidade de estresse hídrico ou excesso de água, que prejudicam o crescimento da planta e favorecem o aparecimento de doenças.
Manter a lavoura limpa, com bom controle de plantas daninhas e palhada bem manejada, também faz parte das boas práticas que ajudam a proteger a produtividade.
Aplicações programadas de defensivos
As aplicações de defensivos devem ser feitas com responsabilidade e sempre após diagnóstico técnico. O uso deve acontecer apenas quando a presença da praga ou doença for confirmada por um agrônomo, a fim de ampliar a eficiência do controle e evitar os desperdícios.
Com base no histórico da área e no monitoramento, é possível planejar intervenções pontuais, usando os produtos certos, nas doses corretas e no momento adequado. Assim, a lavoura fica protegida, sem comprometer o equilíbrio ambiental.
A rotação de ingredientes ativos entre os ciclos também diminui o risco de resistência e aumenta a vida útil dos defensivos. Tudo isso deve estar aliado ao uso de equipamentos bem calibrados e à proteção adequada dos aplicadores.
Soluções da Alta Defensivos para o cultivo do trigo
A Alta Defensivos oferece um portfólio completo de soluções para apoiar o agricultor em todas as etapas do cultivo do trigo. Nossos produtos incluem fungicidas, inseticidas e herbicidas desenvolvidos com tecnologia, voltados para o controle eficaz das principais pragas e doenças da cultura.
Entre os destaques, estão os produtos indicados para o combate à ferrugem da folha, giberela, oídio, mancha amarela, pulgões, lagartas e percevejos, todos aplicados de forma orientada por um engenheiro agrônomo, conforme o nível de infestação identificado no campo.
A Alta também disponibiliza embalagens com tecnologia de proteção que preservam a integridade dos produtos mesmo em ambientes adversos, para que o agricultor tenha produtos confiáveis à disposição.
Outro diferencial é o atendimento técnico especializado, pronto para orientar o produtor com recomendações personalizadas, de acordo com o histórico da área, estágio da cultura e condições climáticas.
Proteja sua lavoura de trigo do plantio à colheita
Cultivar trigo exige dedicação, conhecimento e atenção a cada detalhe do processo. Com o apoio certo, no entanto, é possível superar os desafios e alcançar uma produtividade maior.
A Alta Defensivos está ao seu lado, com produtos de qualidade e suporte técnico completo para que a sua plantação de trigo se desenvolva com saúde e eficiência. Nossos defensivos são formulados para agir com precisão, sempre com foco na segurança e na sustentabilidade da lavoura.
Quer aumentar a produtividade no cultivo do trigo? Conheça os produtos Alta Defensivos indicados para cada fase da lavoura.
Leia mais
Herbicida para feijão: como escolher o ideal para controle de plantas daninhas
Nos primeiros 30 dias após a emergência do feijão, produtores enfrentam um dos maiores desafios do ciclo produtivo: as plantas daninhas. Para lidar com esse…
Abelhas na agricultura: como equilibrar o manejo de culturas e a proteção
Você, como agricultor, já parou para pensar na importância das abelhas na agricultura? Esses pequenos insetos, muitas vezes vistos apenas como produtores de mel, têm…
Saiba o que é acaricida e confira dicas para aproveitar todo o potencial deste defensivo
Na rotina da lavoura, lidar com pragas é um desafio constante. Entre as que mais afetam a produtividade, os ácaros se destacam pela dificuldade de…